segunda-feira, abril 24, 2006

soneto 4

Teu colo, corpo colado no meu
na dança atroz que vai queimando tudo
na claridade, louca luz no breu
tal que me deixa pasmo, quieto mudo

as mãos macias, sabem, sonho ateu
nas delícias, em todas, corte agudo
na carne dolorida que nasceu
somente para ser teu corpo e escudo.

quero insensatamente tresloucado
beber no doce cálice da vida
meu rumo torto, pálido, calado

repete em ti meus rumos sem guarida
cometo os mesmos erros do passado
minha alma segue em ti, nave perdida...