domingo, setembro 03, 2006

Infância

Barquinhos de papel pela enxurrada,
Numa festa sutil, criança pobre.
O medo dos fantasmas, vida cobre
O que foi quase tudo, resta nada...

A não ser os barquinhos... Em cada
Novo almoço, torcer para que sobre
Uma rapa de angu; nisso descobre
Que a tal felicidade vai cansada...

Nas janelas, bolinhas de sabão,
Pelos ares, fugiu tanto balão;
Nos papagaios, cerol não havia...

Brincadeiras; queimada, corda, pique.
Amarelinha do tempo, no repique
Dos sonhos, vai reinando a fantasia...