sexta-feira, dezembro 01, 2006

Preciso do seu colo em meio a tantas urzes...
Na bebida que trago, estrago meu futuro
E trago, assim de banda, um horizonte duro.
Nas costas, sinto a dor e o peso destas cruzes!

Abandonado a esmo, esqueceste de mim,
Num pântano sombrio, em podridão medonha!
A vida que procuro e tento ter, risonha,
Esvai-se num segundo, espero pelo fim.

Meu barco vai sem rumo em meio a más notícias.
Esquecido, num canto, aguardo por carícias
De quem sempre desejo e jamais consegui.

Sou vate sem estrela; um ébrio, um lunático;
Por saber que jamais virás, eu sou enfático:
O sonho desta morte: o que melhor vivi!