sábado, dezembro 22, 2007

SONETOS 091 E 092

No nosso amor imenso que sacia
A fome, a sede, o sonho, a poesia
Imerso no desejo que queria
Vivendo realidade e fantasia,

Eu quero te cantar em harmonia
Meu
verso com teu verso em sintonia,
Trazendo para a vida a sinfonia
De amar demais assim, a cada dia...

Amor que não permite a noite fria,
Invade transbordando em melodia
É muito mais que penso que seria
E nunca nos permite uma agonia.

Ao ver teus olhos mansos pressentia
Amor que me transborda em alegria...

X

Sussurro em teus ouvidos, mansamente,
Falando bem baixinho deste amor.
Que toma nossa vida num repente,
Transbordando; incessante e sedutor...

Tomaste devagar, a minha mente,
Não tenho outro desejo que não for
Estar contigo; amada. Bem mais quente
O dia em que vivemos. Faz calor

Embora a chuva caia. Primavera
Nascida neste sonho faz fluir
Já todo o sentimento que se espera

Na flor que recém nasce um passarinho
Ouvindo tua voz, mansa a pedir...
Amor; quando falar; fale baixinho...

X

O multifacetário sentimento
Que traz tanto alegria quanto dor,
Ao dicotomizar-se num momento
Quando abarcando espinho trama a flor.

Às vezes um atroz ressentimento
Motiva, sem juízo, um dissabor,
Difícil, bem difícil recompor
A casa destruída pelo vento.

Porém a divindade que o criou
Em flecha penetrante e dolorida
O rumo desta história demarcou.

A lama reproduz a nobre vida,
O vácuo é a maior insensatez,
Da lágrima e do riso, amor se fez...

X

Zelando pelo sono de quem amo,
Trazendo toda a paz que é necessária,
Além de toda sorte imaginária,
Não mais de solidão, amor; reclamo.

Valoro do arvoredo, cada ramo
Pois sei que toda dor é temporária
E a fantasia, quando mandatária
Transforma todo o amor bendito em amo.

Percebo na ventura de ser teu
A sorte que sonhara, tão tranqüila.
Sentindo nesta noite a leve brisa

Concebo nosso sonho de himeneu,
Paixão que em coração feliz se asila,
Felicidade então, já se divisa...

X

Como posso esquecer-te, bela amada?
O teu sorriso está dentro de mim...
Às vezes recompondo a minha estrada
Levando nosso amor até no fim.
Sem ti da minha vida, resta o nada;
Morrendo em triste seca, o meu jardim...

Das rosas mais bonitas, o perfume
Se perde se não tenho esta presença
Divina. Me perdoe tal ciúme;
Não há mais neste mundo quem convença
Que o amor que tenho aqui, perfeito lume,
Vivendo esta paixão quase doença.

Sentindo-te por perto em meu desejo,
Futuro mais risonho, enfim, prevejo...

X

Um frágil sentimento, amor perfeito
Que sabe que não pode vacilar,
Deixando o ser amado satisfeito,
Não tem como direito maltratar.

Amar assim querida, desse jeito
É ser dono da terra, sol e mar.
Traçando em cada rio um puro leito,
Efeito deste amor a transbordar...

Nasceste num jardim imaculado
Em flores delicadas, bons perfumes.
Espero que escutando este recado

Jamais volte a sofre duros ciúmes,
Amor que se floriu em manso prado,
Atinge cordilheiras, altos cumes...

X

Meus beijos, meus abraços, meu carinho...

Juntinhos, vamos nós para o infinito,

Sabemos, encontramos o caminho,

O mais maravilhoso e tão bonito

Que passa por estrelas, sol e lua

Chegando ao horizonte, todo nosso,

Tua beleza intensa, viva e nua,

Os teus cabelos sinto; beijo e roço,

Nesta sofreguidão de te querer,

Esqueço de mim mesmo, já não sou

Mergulho neste mar, puro prazer,

Tu és tudo o que, em mim, de mim restou...

Ah! Amor que sempre cresce e quer bem mais,

Não quero me afastar de ti, jamais!

X

A solução que buscas, mesmo eterna
Talvez não seja o rumo desejado.
Misturas as antigas e a moderna
Num círculo que formas, tão fechado.
Felicidade morre assim, hiberna
Deixando o que há de bom sempre de lado.

Esvoaça em momentos, minha mente
E volta num cuidado redobrado.
Sem opulência ou lume florescente
O passo que eu quis dar foi estagnado
Talvez a solução se mostre urgente
Em novo mandamento renovado.

Amar a Deus por certo, na verdade,
É respeitar valor de uma amizade.

X

Não vou dizer amor tão soberano
Que traga-me depois um Reino escuro,
Formado em confusão e desengano
Jogado por detrás deste alto muro
Distingue minha fé em que se inspira
Ardendo seu destino em fogo e pira.

Semelhas em verdade, amor sincero
Semeias sortilégios e verdades.
As rodas da fortuna não mais quero,
Apenas no desdém, sinceridades.
Engano-me, se em ti, jamais espero,
Em vicissitudes, paz, felicidades.

O mais se mostra às vezes feito menos,
Nobre cultura brota em maus terrenos...

X


Bem sei do sofrimento que te toma,
Amiga sempre é bom ter um alguém
Que junto com a gente sempre soma
E ajuda a superar quando a dor vem.
Às vezes nos achamos em redoma,
Sozinhos neste mundo sem ninguém...

Mas a presença forte da amizade
Nos traz uma esperança mais feliz.
Permite que se veja a claridade,
E o mundo que sonhamos, que se quis.
Não sofras estarei em realidade
Contigo
pra sanar a cicatriz

Da dor que te devora sem dar tréguas,
Mesmo que esteja agora a tantas léguas...

X

Quem dera se pudesse, um jardineiro,
Cuidar da bela flor que em ti já vejo.
O dia passaria por inteiro,
Neste jardim florido em meu festejo.

O mundo enfim seria um verdadeiro
Sonho em realidade que antevejo
De todos meus desejos, o primeiro
Podendo te regar com doce beijo.

Querendo renascer nesta paixão,
Cuidando com carinho desta flor
De raridade imensa, uma emoção

Tocando o jardineiro extasiado
Vibrando nos canteiros nosso amor,
Que é sempre, noite e dia bem regado...

X

Águas, corredeiras, rio e mar,
Vontade de te ter aqui comigo,
A tarde inteira, à noite namorar
Além desta esperança, assim prossigo

Querendo te sentir, poder tocar
Fazendo de teu corpo o meu abrigo,
Na teia de teus braços me afogar,
Vivendo o que sonhei- amor- contigo...

Suor, salinidade, mar e pele.
Sou presa dos desejos e loucuras.
A ti, minha vontade assim compele

Queremos desfrutar cada momento,
De todas as maneiras. Branduras
Dos beijos delicados como o vento...

X


O meu amor tristonho e cuidadoso
Percebe que em meus olhos, água cai.
Bebendo meus desejos, noite trai
Dourando minha estrada em paz e gozo.

Fazendo desta valsa vala e vela,
Ardendo em lacrimejo olhos sedentos.
A vida se desfaz em bagatela
Açodam
minhas dores, fortes ventos.

Se eu priorizo o gosto das maçãs
Guardadas no embornal de uma saudade.
As horas sem destino morrem vãs,
Nos automóveis sinto a quantidade

De curvas que fizeram; sonhos meus
Jogados nos caminhos cantam pneus...

X

Percebo em cada passo nesta estrada,
Pegadas pareadas, mesmas trilhas.
Na senda que se fez delineada
Florida por jasmins, rosas e tílias.

Idílios são marcados, cada curva
Representa um momento mais difícil.
As duras tempestades, tanta chuva,
Nas lutas, teu fuzil, obus e míssil

Mirando sobre todas as trincheiras
Destas dificuldades que encontramos.
Paz, carinho e amizade são bandeiras
Que sempre, sem temores, ostentamos.

Ao ver, da vida, os rastros que eu já fiz,
Entendo, enfim, por que, sou bem feliz!

X

Não posso conviver com tal saudade
De ti, querida amiga e companheira.
E falo-te sem medo da verdade
Que quero estar contigo, a vida inteira.
Tentando demonstrar minha amizade,
Que invade preciosa e tão certeira.

Aguardo que me fales sem demora
Aonde, em que caminho, eu te perdi.
Preciso de teu braço forte agora,
Não vivo mais tranqüilo e quero aqui,
Depressa teu apoio que me ancora
Eu necessito muito, enfim, de ti.

Por isso, minha amiga, não retarde;
Meu peito disparando em louco alarde.

X


Ai, flores, ai, flores do verde pino

--- Ai, flores, ai, flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo?
Ai, Deus, e u é?

Ai, flores, ai, flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado?
Ai, Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo?
Ai, Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi à jurado?
Ai, Deus, e u é?

--- Vós me preguntades polo vosso amigo?
E eu ben vos digo que é sano e vivo.
Ai, Deus, e u é?

Vós me preguntades polo vosso amado?
E eu ben vos digo que é vivo e sano.
Ai, Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é sano e vivo
e seerá vosco ante o prazo saido.
Ai, Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é vivo e sano
e seerá vosco ante o prazo passado.
Ai, Deus, e u é?

D. Dinis

Ás flores eu pergunto pelas novas
Que trazem para mim de ti querida.
Nos dias que se passam e renovas
As forças que me trazes para a vida.
Procuro em poesia, versos, trovas,
Não vejo, labirinto, outra saída.

Mas ouço por resposta alentadora,
Que estás a são e salvo, minha amiga.
Notícia que por certo é redentora
Para quem tanta dor, no peito, abriga.
A sorte benfazeja e condutora
Permite que o caminho, enfim prossiga.

Às flores, agradeço tais carícias
Contida em boas novas nas notícias...

X

Fazer de nosso próximo um irmão
Que saiba do valor da própria vida
Assim espalharemos a canção
Na velha novidade, que esquecida,

É, na verdade a única expressão
Que traz com força plena uma saída:
No seio da amizade e do perdão...
A nossa sorte enfim bem resolvida.

Redesenhando o mundo, traz a glória,
E uma esperança enorme para nós.
Mudar, quem dera, o rumo desta história

Atando par em par, com fortes nós,
Arranca uma injustiça da memória,
Matando o desamor, cruel algoz...

X

Eu me ofereço amor em sacrifício.
As carnes, olhos, pelos, dentes risos...
Fazendo do prazer teu santo ofício,
Esbarro nos desejos, paraísos...

Chegando em teus beirais, no precipício,
Eu mergulho meus lábios tão precisos
E volto novamente em doce vício
Perdemos nossos medos, nossos sisos...

No altar em devoção, corredeiras...
Misturas dos humores, cachoeiras...
Seguimos noite adentro, dentro e fora.

Bocas em turbilhão, em ondas, rios
Em sacrifício, amor, não vou embora,
Louvores tão profanos e vadios.

X

Amor é tema pleno em formosura
Camões
em seus poemas me dizia
Do amor que se faz sempre em alma pura,
Semeia dentre todos, fantasia.

Florbela que vivera em noite escura,
Também sem outro tema se fazia,
Apenas quem demonstra alma tão dura
Não vê que sentimento é poesia.

Sem sonhos que fará pobre poeta?
Morrendo qual se fora um retratista,
Fotógrafo sem arte, alma incompleta.

Distante da emoção, perdendo a liga.
Sonhar é necessário, minha amiga,
Amar nos traz de Deus a vera pista.

X

Nosso amor proibido, que destino!
Nossas horas de sonhos, de ternura.
Quanta beleza em ti eu descortino
Sei que me trará tanta loucura...

Te sabendo menina-primavera,
Neste outono que teima em me tomar.
Tua boca macia, quem me dera;
A vontade de sempre, sempre amar...

Mas a tarde caindo, e não te vejo,
Este tempo passando, solidão....
Encontrar meu desejo, teu desejo,
Eu estou explodindo de paixão!!!

E te quero, comigo, sem demora,
Antes que a primavera vá-se embora...

X

O amor jamais será tema enfadonho
Enquanto resistir felicidade.
Quem mata sem juízo, todo o sonho
Não vê em pleno dia, a claridade.

Se em versos delicados sempre ponho
Sentimentos de amor e de amizade
Permito-me um momento mais risonho
Na luta pela paz e liberdade.

Amar não é piegas não, amiga
É ser bem mais sublime, atar-se a Deus,
Cultivar um jardim em nossa vida.

Por isso é que te digo e não me canso
Esqueça, assim te peço, um vago adeus,
Deixando que este amor te invada, manso...

X

A rosa destinada para mim
É dona de um perfume inebriante.
Bem sei quanto me encanta estar assim,
Nos braços desta flor tão deslumbrante.
Vivendo neste sonho sem ter fim,
Te quero minha amada, a cada instante...

Eu quero te enlaçar neste momento,
Beijar a tua boca, flor perfeita.
Sentir o teu carinho, doce vento,
Tu para mim, bem sabes foste feita.
Em todo sofrimento és meu ungüento.
A rosa perfumada aqui se deita

E vamos nesta noite de verão
Tragarmos toda a luz desta paixão...

X

Apor o nosso amor em ânsia pura,
Nas vagas e nas ondas deste mar.
Recebo o teu afeto com brandura,
Espero tua mão a me afagar.

Na sucessão incrível de ternura
Que trazes em teus olhos, sei sem par.
Na boca que me beija com candura,
Vontade de sorrir e de ficar,

Bem sei o quanto vale ser feliz,
No búzio desenhada nossa sorte.
Meu verso se tornando um aprendiz

Que quer intensidade em cada aporte.
Tu és a redenção que eu procurara,
O mel que me adoçou a vida amara...

X

A noite em que comigo saciar-te
De beijos e carinhos, insensatos...
Vontade de cobrir-te e de tocar-te
Nossos lençóis à beira dos regatos,
Cenários multicores, e com arte
Servirmos nosso amor em finos atos.

Neste aconchego doce de teus seios,
No infinito imenso de nós dois,
Descer os rios, braças, leitos, veios,
Sem perguntar sequer se talvez, pois,
Falando pelos beijos, outros meios,
E descansarmos juntos bem depois...

Eu te amo, minha cara companheira,
Te quero do meu lado a vida inteira...

X

Amigo não percebas meu passado
Apenas pelas sombras que ficaram
Resquícios que se encontram demonstraram
Bem pouco do que tive, amargurado.

Quisera há muito tempo sepultado
Meus erros que distantes me tocaram.
Os dias que encontrei tanto ampararam
Que tudo terminou, ficou de lado.

Porém de tal arquivo semimorto
Exala, da lembrança um desconforto
Que, quem dera, estivesse já perdido.

Não fosse teu apoio em amizade,
O sinal deste tempo remoído
Eu levaria por toda eternidade!

X

Não temo mais a morte e nem a dor,
Singrando meu caminho mais sereno.
Meu mundo se mostrando encantador,
Meu dia vai passando mais ameno.

Quem fora simplesmente um trovador
Bebendo desta boca tal veneno
Que encanta e me deixando num torpor
Divino, me mostrando amor tão pleno

Percebe toda a sorte desta vida,
Num verso mais profundo e assim profano.
Tu és a minha sorte decidida

Num canto de tão doce, soberano.
Agora que encontrei uma saída,
Caminho sem temores, sem engano...

X

Eu quero o teu perfume delicado,
De rosas e jasmins, essência pura.
No toque tão querido e desejado,
Dois corpos que se encontram na procura

Por um carinho imenso, abençoado,
Um gesto que nos mostra tal ternura
Que toma um coração enamorado
Nessas palavras todas, na brandura...

Estás distante e perto, já te sinto,
Olores maviosos, tramam rotas,
Tua presença aqui, sempre pressinto

No mar de amor sincero. Tenho pressa
E sinto-te chegar nas gaivotas;
Em teu perfume raro se confessa...

X

Na breve eternidade de uma vida
Se fez o sentimento mais profundo
Posseiro nesta gleba construída
Além deste infinito, corre o mundo...

A terra que sonhara dividida
Nos campos deste sonho, me aprofundo,
E vejo nossa paz restituída
Bem mais do que pensara, e já me inundo

Da mansa rebeldia da loucura
Que mostra suas garras e sorri,
Ao mesmo tempo imerso na ternura

Que constitui as bases deste rito,
Sem ter conflitos, vivo amor em ti,
Imenso e com sabor de um infinito.

X

Escoltam meus desejos, teus feitiços,
Em mágicas palavras que me enleiam.
As luzes em meu peito ganham viços,
As sendas que procuro em ti; clareiam.

Quem teve os olhos tristes e mortiços
Percebe tantas brasas que incendeiam.
Meus versos já não podem ser omissos
Por isso te agradecem e te anseiam...

Desnuda de qualquer ressentimento
Encontro-te feliz em ser assim,
Amor que assim domina o pensamento

Reflete meu desejo em mil centelhas,
No rubro deste lábio carmesim
Felicidade imensa já me espelhas...

X

Sentindo esta vontade de tocar

Teu corpo com doçura e com carinho,

Na boca tantos beijos navegar,

Na glória de viver, achar um ninho



Onde possa sentir teu suspirar

Não tendo mais temor, um passarinho

Deitado nos teus braços descansar

De noite, com loucura ou bem mansinho.



Amor que se explodindo na paixão

Não deixa mais nem pedra sobre pedra,

Fazendo no meu peito uma explosão



De sonhos e delírios vivos, ternos...

Quem ama assim jamais por certo medra

Pois sabe que estes sonhos são eternos...

X

Estrada tão comprida, amor imenso,
Que leva para um sonho quase infindo...
Por vezes imagino e logo penso
No amor que se fez raro e assim tão lindo.
Meus passos te buscando em brilho intenso
No céu desta esperança, prosseguindo.

Amor que é companheiro mais constante
Dos pensamentos todos que dedico,
Estar contigo, amada, a cada instante;
Não sei e nem pretendo, nunca explico
Apenas conquistaste, amor radiante,
O sonho que apascenta e, gosto; fico...

Desejo incontrolável, ser teu par
E a vida inteira, contigo, namorar...

X

Montado no cavalo da ilusão
Entrando em teu castelo, em teu destino,
Recebo a baforada da emoção
Ao ver-te ali deitada, me alucino!

Vencendo, do castelo, estas defesas,
Invadindo teu quarto, nos umbrais,
Nas formas tão sutis delicadezas,
Desnudo-te no olhar e encontro a paz.

Princesa adormecida, te encontrei,
E quero me entregar aos teus delírios,
No leito da princesa, hoje sou rei,
Nossas batalhas nunca têm martírios.

Cavalgas mansamente teu corcel,
E loucos, nossos sonhos vão ao céu!

X

A vida, companheira, em dores passa.
Em tristes romarias, os aflitos
Passeiam angustiados tais proscritos
Da sorte, cavaleiros da desgraça.

Às vezes num sorriso que disfarça
A sina de infeliz oculta os gritos
Dos pobres sofredores. Os benditos
Desejos se perdendo na fumaça.

A juventude morre esfarrapada
A mocidade aborta uma esperança.
Sozinho em noite escura, quase nada

Restando senão dor; mas na verdade
A sorte desejada inda se alcança
Nos braços tão sinceros da amizade..
.

X

Quem dera, neste vôo, um passarinho,
Sem medo de encontrar felicidade.
Trazendo essa esperança como ninho,
Bebendo a fantasia, com vontade.

Sabendo da amplitude do desejo,
Com alma tão indômita e feliz.
Distante, sem saudades, sempre vejo,
O mundo do meu jeito, assim o fiz.

Pudera ter teu colo como pouso,
Depois de tanto tempo em desventura.
Meu pensamento livre, sem repouso,
Deitando nos teus braços, com ternura...

Sem grades tão cinzentas, libertar!
E como um passarinho ,enfim, voar!

X

O dia renascendo em alvorada

Florida
, nos convida para a vida

Ávida dessa luz. Sentindo cada

Flor como uma esperança revivida



Minha alma vai liberta, reinventada

Nas belas cores da árvore florida

Mostrando seus desejos: ser amada

E refazer-se em pólen, mais sentida.



A beleza renasce multicor,

Com isso, ressurgindo meu cantar

Espalhando alegria, vem compor



O cenário perfeito para o sonho

De renovar vontades... Quero amar,

Refazer, ressurgir... É o que proponho...

X

Após um dia tenso de trabalho,
Cansado das diversas confusões,
Mostrando o coração quase em retalho,
Envolto em tantos erros e senões.

Na boca que ofereces, eu me espalho.
Sentindo o teu calor, as emoções
Que no princípio, errático, embaralho,
Num misto de diversas sensações...

Cansaço com desejo se misturam,
Em teus carinhos mato minhas iras.
Os corpos se tocando, se costuram

Forram-se nos calores de mil piras.
Depois do árduo trabalho, penitência,
Eu deixo-me entregar sem resistência...

X

Sabia ser sabiá
Que cantava na tardinha
Meu amor, vou te encontrar,
Nessa vida, tão sozinha...

Amor; quando te vejo tão sozinha

Olhando para o nunca e pr’o talvez;

Vontade de dizer: venha ser minha!

Amor que em mim nasceu, em ti se fez.

O dia vai passando e na tardinha

A lua desejosa espera a vez

De vir banhar a terra; amor se aninha;

Escrevo que te quero mas não lês...

Meus versos se perdendo, sem resposta;

A solidão te toca e me maltrata.

A mesa desta vida já foi posta

Só falta tu quereres desfrutar

Do imenso sentimento que arrebata

E faz; de olhos fechados, levitar...

X


Em cada poesia um manso vento

Que traz novo matiz a nossas vidas,

Liberta uma emoção, o pensamento

Encontra sensações antes perdidas...



Sentindo o teu perfume no papel,

Na carta que recebo com carinho,

Certezas de me erguer além do céu,

Quem sabe eu não prossiga mais sozinho?



Com toda intensidade já te digo,

Ternura, no meu peito, encontra abrigo...

X

Nós somos lavradores da esperança
Propondo em nosso canto um novo mundo
Que é feito da partilha em confiança
Do
sentimento nobre e mais profundo
Que venha mais depressa e sem tardança
Tomando nossa sorte num segundo.

Na força tão sensível da amizade
Talvez a solução bem mais perene.
Permitindo voar em liberdade
Respeita
a toda luz que já se acene

Estrada colorida feita em paz,
Onde a diversidade de matiz
Que a vida num conjunto sempre traz
Fazendo encantador o amor feliz.

X

Eu quero-te em desejo mais profundo
Vivendo em sensual felicidade,
Gritando um sentimento para o mundo,
Sangrando em cada verso de verdade.

Ardendo sem temor na mesma chama
Que traz ao meu viver uma alegria,
Dizendo em liberdade quando se ama,
Vivendo nosso amor em sincronia.

Eu quero me entregar ao nosso amor
Sem medo de saber que sou feliz,
Carinho tão divino e salvador
Que faz com que se encontre o que se quis.

Serei o companheiro que sonhaste
Aquele que quiseste e desejaste...

X

Eu quero te tocar, bocas e dentes,
As mãos em teus cabelos tão macios...
Traçando mil caminhos mais contente
Cobrindo de prazer tantos vazios..

Teus olhos envolventes, belos, quentes...
Promessa de enxurrada nos estios
Nos sonhos sensuais mais indecentes
Vibrar o meu desejo nos teus cios...

Nas ruas, nas estrelas, nos quintais,
Sem medo, sem juízo e sempre mais,
Fazendo deste amor, necessidade...

Não deixe nosso sonho fenecer
Eu peço te implorando e posso crer
Que enfim eu conheci felicidade...

X

Sonhar contigo é sempre ser feliz
Menina que eu adoro, minha amiga.
O amor já fez comigo o que bem quis
A sorte acostumada, nem mais liga,
Se da alegria fui um aprendiz
A dor da solidão me desabriga...

Bem sei que estás distante. Bem distante...
Mas guardo dentro aqui o teu sorriso.
Sereno, mavioso, deslumbrante...
Por isso é que eu repito e sempre friso
Quem dera se pudesse ser constante
Tua presença amiga, um paraíso...

Mas sei que isso é um sonho e nada mais....
Talvez eu viveria amor em paz...

X

Amor fraterno em forma de prazer
E de desejos mútuos de alegria.
Fazendo da esperança o bom viver,
Cantando sem temer, a fantasia.

Alçamos nossos vôos por saber
Que temos nosso canto em harmonia
Sentindo
todo o gosto do querer
Que a paz e a igualdade rompam dia.

Amada que aprendi amar demais.
Sem tramas, sem temores, sem medidas
Não deixe que este canto, amor, jamais

Cesse de trazer uma esperança
De que transporte paz para outras vidas,
Irmãs e companheiras nesta dança...

X

Tal qual o sol, a lua, em calmo céu

Sem medo de tempestas ou trovões,

Tocando-se por vezes, como um véu

Que ate nossos doces corações



Neste momento mágico e tão raro,

Por isso de ternuras recheado,

Onde um grande desejo pede amparo

E segue como um beijo tão amado,



No toque destes astros tão distantes

Uma beleza infinda nos remete,

Aos sonhos transtornados dos amantes,

Que só de raro em raro se repete...



Neste momento belo e sensual,

Num eclipse de lua e sol: total!

X

Não posso mais negar o quanto a quero,
No calor dos teus olhos pude ver
Que, em ti eu encontrei tudo o que espero
De uma mulher que, um dia, eu sonhei ter.

Tu és essa presença deslumbrante
Que faz de todo sonho, realidade,
Quero ter comigo, a todo instante,
Tua presença; amor-felicidade!

Em todo esse querer, os meus desejos,
Ao abrir os meus braços quero tê-la,
Roubar de tua boca tantos beijos
Lançar-me em teus espaços, minha estrela!

Só penso em teu amor, o tempo inteiro,
Amor que sendo pleno; é verdadeiro...

X

Do nosso amor ninguém ouse falar,

Amor que se irmanando só cresceu

Nascendo entre este sol e o luar,

Agora já se fez, só teu e meu.



Amor se lambuzou no mel da vida,

Inebriando qual uma aguardente

Nesta pureza imensa e pressentida,

Amor maior do mundo? Esse da gente...



Que nada cobra e nunca dá motivos,

Que nunca se pretende propriedade,

Num ar que nos ajuda, estarmos vivos,

Espalha um sentimento de verdade,



Nunca se fez medonho ou egoísta,

Dançando livremente em qualquer pista...

X

Jamais quis ser sarcástico, querida.

Apenas sou um reles sonhador,

Que qual um trovador passa essa vida

Cantando, simplesmente o meu amor.



Eu quero todo o brilho das estrelas

Entrando na janela do meu quarto.

Quanta alegria encontro em poder vê-las

Depois deitar cansado, de amor farto.



Não sei se é ironia o que destilo

Nos versos que, encantado, já dedico,

Num mar de tanto sonho, mais tranqüilo,

Assim é que eu te canto e sempre explico



Que amor é uma força soberana

Que um peito enamorado sempre emana!

X


A noite se passando agalopada
Viajo nas estrelas, corto o céu,
Vibrando em teu desejo minha amada,
Montada em seu cavalo, sou corcel.

A pele luzidia tão suada,
Jorrando em nossa cama tanto mel,
Depois, quase que exausta, extasiada
Deitada, na cabeça um carrossel

Girando devagar, o quarto roda.
Arfantes os teus seios alvos, mansos...
De novo este desejo nos açoda

Convida de repente a nova marcha
E vamos viajar nossos remansos,
Acesa a tocha, o fogo nos encaixa...

X

Tocar teu corpo inteiro e me entregar

Aos poucos desnudar nossas vontades.

Nudez reflete os raios do luar

Em meio a tantos véus. Ah! Veleidades...



Carinhos se procuram sem parar,

A noite nos promete insanidades,

Não deixe mais o tempo, assim, passar...

Meus lábios vão fremindo intensidades



Na entrega delicada e tão imensa

De corpos que se buscam mais felizes.

Amar é ser feliz e a recompensa



Compensa todo o tempo em calma espera.

Embora nós temamos cicatrizes,

Florimos nosso amor, em primavera...

X

Onde encontrar amor? Num belo rosto?
No gosto sensual do doce beijo?
No amigo verdadeiro, sem desgosto?
Na fonte da alegria e do desejo?

Naquilo que se faz sem ser imposto?
No céu que se esparrama em azulejo?
No sol onde bronzeio-me e me tosto?
No doce da ambrosia que prevejo?

Aquele que ensinou o vero amor,
Mostrando a nova face: a do perdão;
Demonstra quanto amor é sedutor

E vivo em cada gesto e pensamento.
Nunca se esqueça disso um só momento.
No amor é que foi feita a criação...

X

Relendo cada verso que te fiz;
Revejo; meu amor, o sentimento,
Que fez toda a mudança de matiz
Causando da alegria até tormento.

Não sei sequer se fui ou não feliz,
Só sei que tudo passa como o vento...
A sorte que se perde já prediz,
Depois da tempestade, o sofrimento...

A primavera passa, perco outono...
Invernos na minha alma... Tua herança.
Jogado sem ninguém, ao abandono,

Espero que retornes algum dia.
No fundo inda me resta uma esperança:
A que também releia a poesia...

X

Silêncios, tantas vezes, dizem tudo,
Palavras? Não preciso pra mostrar
Todo esse amor que tenho pra te dar,
Portanto, amor, não ligue se estou mudo.

Meus versos na verdade, um bom escudo
Que sempre me protegem. Do luar
Eu roubo a claridade pra te dar
No sonho mais feliz em que me iludo.

Percebo em teu sorriso, tão maroto,
As lúbricas vontades... silencio.
De desejos também assim me loto

E rondo teu querer a noite inteira.
Acendo, num momento, este pavio;
Conversa mais gostosa e verdadeira..

X

Eu quero ter teu corpo bem presente

Com todo o regozijo que mereces.

Amor que às vezes torna penitente

Vivendo em tal segredo, rogos, preces...

Quero poder seguir qual um demente,

Saber das nossas tramas onde teces,

Amor que necessita ter urgente

De todo este prazer que; sonho, desses...

Extasiado e morto de cansaço

Depois ir renascendo, devagar,

Roubar o mel do gozo em cada passo

E ressurgir intenso, renovado,

De novo os teus caminhos vasculhar

Até morrer em ti, apaixonado...

X

Desejo que nos toma, leve bruma
Vagando por estrelas belas,raras,
No aroma tão suave das searas
Que toca, me inebria e me perfuma...

Sorvendo das loucuras uma a uma,
As noites vão seguindo sempre claras.
Cabelos com estrelas e tiaras,
O mar que vai quebrando branca espuma...

Palavras são trocadas, sem clemência,
Roçando em nossas mãos com paciência
Prazeres delirantes num cortejo.

No teu corpo os altares sensuais
Retrato destas noites magistrais
Louvores que fazemos ao Desejo...

X

Amor não tem juízo, bate pino.
Transforma totalmente, imbeciliza.
Fazendo de repente, ouvir um sino,
Numa hora mais imprópria e mais concisa
É véspera sutil do desatino,
Nos morde e, devagar, soprando alisa...

Mas que o danado é bom demais, não nego,
Na confusão que cria nos acode...
Amor tão complicado que carrego
Depois de manhã cedo, estou de bode.
É mar em que sozinho não navego,
Poeira no final, já se sacode...

E pronto! Coração fica matreiro,
Mas logo recomeça, e vai inteiro...

X

Não sofras meu amor, irei voltar...

Tal qual as ondas eu retorno, amor.

Às vezes é preciso navegar

Buscar uma esperança, sonhador



Mas sei que no teu porto quando atraco

Depois de tanto tempo assim distante

Chegando tão exausto, manso e fraco

Teus braços sempre estão a todo instante



Abertos para velho marinheiro

Amante das estrelas e do mar.

Só penso em retornar, o tempo inteiro,

Só tenho o teu amor a me guiar



Entre tantas borrascas, tempestades,

Sonhando com teu cais... Tantas saudades...

X

Parece que esqueceste o jardineiro
Que tanto cativou-te, rubra rosa,
Depois de ter cuidado do canteiro,
Ficou tão orgulhoso e todo prosa
Sabendo que talvez no mundo inteiro
Não exista outra flor tão glamourosa.

Tu és a delicada e rara flor
Por quem diversas vezes encantado,
O velho e dedicado lavrador
Se sente como um jovem adorado
Regando com afeto e puro ardor,
Trazendo este jardim tão bem cuidado...

Ó rosa não se esqueça mais de mim,
Contigo irei viver amor sem fim...

X

Não nego meu amor que é como um mar

Que vem em fortes ondas e se acalma,

Porém eu nunca deixo exterminar

Amor que é salvaguarda de minha alma...



Infindas tempestades que virão

Não podem destroçar o pensamento

Na luta pelo amor, pelo perdão,

Não somos mais tão frágeis contra o vento.



Amada, amiga, irmã, me dê teu colo,

Preciso de teu braço companheiro,

Bem sei quanto é difícil em mesmo solo,

Tentarmos ser esterco e jardineiro.



Mas venha que a promessa é de vitória,

Amada nosso amor se rende em glória!

X

Rainha dos meus sonhos, deusa rara,
Beleza que se espalha em meu viver.
Que a vida do teu lado me antepara
Bem sei que em teu castelo, meu prazer;
Altares te dedico, minha cara,
Louvando o nosso amor, nosso querer...

Andei por cordilheiras procurando,
Nos vales mais profundos, nada via.
Agora te encontrei e vou cantando
Meu verso que é meu hino da alegria.
O mundo do teu lado, me mostrando
Beleza do raiar do novo dia...

Não quero mais perder, amor, teus rastros,
O meu amor sem fim percorre os astros....

X

A Deus com emoção, tanta alegria,
Eu agradeço, em preces, nosso amor.
Que trouxe tão depressa este pendor
A quem morria só, dura agonia.

Além do que bem sei, esperaria,
Um coração tão triste e sonhador,
Cansado de penar, um sofredor,
Na espreita pela luz de um novo dia.

No dia em que falamos tanto disso,
Do amor de namorados sonhadores,
Trazendo para ti milhões de flores,

Refaço o sentimento em brilho e viço
E canto sem parar amor sincero,
O tudo que desejo, o bem que eu quero...

X

Amor que imaginei e tanto quis,
Durante tanto tempo, uma ilusão
A mais a fustigar meu coração
Marcado por imensa cicatriz.

Deixando meu passado que, infeliz,
Acorrentava a sorte em triste não
Açoites tão vorazes da paixão
Mudaram de meu céu todo matiz.

Agora que te encontro, amada amiga,
A vida renasceu em verso e prosa,
Colhendo o teu perfume, rara rosa,

Decido que este sonho assim prossiga
Até chegar ao rumo que eu pedia,
A Deus com emoção, tanta alegria!

X

De pétalas de rosa, onde me aninho;
Fizemos um canteiro de esperança.
Enquanto a noite cai, amor avança
Tomado por desejos e carinho.

Meu canto sem te ter, triste e sozinho,
Morria sem sentidos, pobre dança.
Amor ia esquecido sem lembrança,
Das rosas tão somente cada espinho...

Agora, a redenção de teus desejos,
Fez-se tão soberana em minha vida.
Marcado por teus lábios, doces beijos,

Percebo que serei bem mais feliz,
Pois tenho minha sorte decidida,
Amor que imaginei e tanto quis...

X

Guia dos meus desejos, feiticeiro;
Amor me transformando em vencedor.
Tomando meu destino por inteiro,
Abraça-me em seus raios, sedutor.

Quem tem um sentimento verdadeiro
Já sabe quanto em glória a se compor
Se faz do dia a dia corriqueiro,
Um mundo mais sereno e com vigor.

Querida, como é bom poder saber
Que em cada novo dia o sol renasce
Revigorando assim nosso prazer.

Tu és, tenha a certeza, o meu caminho,
A vida se mostrando em outra face
De pétalas de rosa, onde me aninho...

X

Do labirinto imenso, é a saída
Amor que nos transforma em poesia.
Tomando nossa sorte em harmonia,
Esquece toda a dor da despedida.

A mão que me acarinha traz a vida
A quem não mais pensava em alegria.
É tudo como em sonho eu mais queria,
Tua presença amiga e tão querida.

Vagando por teu corpo, lua e estrela,
Rainha dos meus versos, sedução.
Eu necessito e sempre quero tê-la

No acorde delicado da canção
Que fale deste amor tão verdadeiro,
Guia dos meus desejos, feiticeiro...

X

X

Falando deste amor que é solução
E traz uma esperança em cada verso,
Do fogo que nos queima, frente e verso,
Na vida nos entorna uma emoção.

Andar no paraíso, pés no chão,
Um coração que andara tão disperso
Mudando da medalha, seu reverso,
Agora ardendo, cego de paixão...

Falar de nosso amor é ter, decerto,
Um rumo mais airoso para a vida.
Oásis que encontrei neste deserto

Prelúdios de esperança, sonho raro.
Nas duras caminhadas, meu amparo.
Do labirinto imenso é a saída!

X

Luar que brilha a me trazer saudade...
Sonho divino, que perdi tristonho...
Em serenata cantarei meu sonho,
Perfeito, radiante claridade...

Por tanto que eu te quis; felicidade,
O mundo me restou pobre e medonho...
Na luz que me irradia, essa verdade
Escondida, temida, assim exponho

Alegria foi farsa, imersa em pranto.
O meu olhar vazio, vai nevado,
Espero teu amor, teu mago encanto.

No rumo que já sei carrego um cardo,
Porém, em plena dor, eu me agiganto.
Meu verso se desnuda, amortalhado...

X

Amores vagos, cegos cavernosos...
Desértica miragem, num oásis...
Serpenteiam venais, vis, venenosos...
Destroem minhas tolas, frágeis bases.

Segredos que abortei, miraculosos,
A lua se transmuda em tantas fases...
Amores violentos, belicosos...
Sem nada do que pedes, nada fazes,

Que pretendes com tantas falsidades?
Emblemaste vertigens e polêmicas.
Não demonstraste tuas qualidades...

Virtudes escondeste, eram anêmicas.
Amores que me deste, restam trapos...
Das camas que dormimos, nem fiapos...

X

Não quero amores lúcidos, serenos...
Daqueles que jamais me dizem não!
Sem Loucura qualquer, rumo direção..
Dias pálidos, tímidos... Venenos...

Daqueles que não somam, pois são menos.
Amores que não marcam coração.
Atônicos, atônitos, do chão...
Das dores esquecidos; vão amenos...

As fantasias perdem, são vazios;
Amores sem desejos, sem ter cios...
Não os quero! Servis, amores coxos.

Sem temperos, delírios, marasmáticos...
Tísicos, repetidos, são estáticos.
Pretendo nós atados, nunca frouxos...

X

A vida se transforma em vis geleiras
Nas galerias torpes dos caminhos
Andamos entre dores costumeiras,
Na busca por prazeres e carinhos.

Embalde nos perdemos sem bandeiras,
E vamos tantas vezes mais sozinhos.
As ilusões se tornam corriqueiras,
As esperanças partem pr’outros ninhos...

Penhascos que enfrentamos, são imensos,
Muitas vezes parece inalcançável
O sonho de vivermos sem perigos.

Porém por tantas vezes nisso eu penso,
O mundo enfim seria mais amável
Se tivéssemos sempre bons amigos...

X

Tu és a namorada mais perfeita
Que um dia eu poderia imaginar.
De uma certeza infinda, sei que és feita
Dos raios que recebo do luar.

A vida após te ter, está refeita
De tanto que sofri, não mais penar.
Amor que trago em mim, em crença ou seita,
É tudo o que pretendo te ofertar.

Não trago rosas nem sequer espinhos,
Não vou fazer promessas nem discursos,
Tal qual se fossem rios em seus cursos

Nossos rumos traçados pelo amor,
Irão trazer magias, nossos ninhos,
Futuro dadivoso a se compor...

X

Coração, um palhaço em picadeiro,
De tanto que apanhou, não aprendeu.
Na busca de um amor mais companheiro,
Que longe do que sonho, se perdeu.

Em meio à solidão, vazio; esgueiro,
Retrato do que fomos? Resta o meu.
Do amor sempre pensei ser garimpeiro
Porém meu mundo, agora, se perdeu.

Somente me restando esta certeza
De ser o nada além do que não fui.
Jogado à correnteza, mansa, flui

Em direção à foz, sem ter remédio.
Trocar a solidão por duro tédio?
Num reino sem castelo e sem princesa...

X


Mergulho meu desejo na loucura
Que faz de ti mulher tão cobiçada.
Meu corpo se encontrando na procura
Por tua boca intensa, extasiada...

A noite se promete na mistura
Na nossa tresloucada madrugada
Suspiros e gemidos... Que tortura!
Rompendo todo o medo e alvorada...

Na busca alucinante te proponho
Viver cada segundo, intensamente.
Num êxtase divino, nosso sonho,

De termos mais as loucas sensações,
Depois de começarmos novamente,
Sentir o louco gozo em explosões!

X

Num labirinto imenso me perdi
Em busca de mim mesmo, nada achei,
Porquanto quase que me convenci
De que nada mais sei e nem serei.

Ao ver-me sem destino foi que vi
A porta semi-aberta que encontrei
Mostrava-te bem perto, logo ali,
Saída transformada em regra e lei.

Amada, não me perco mais do rumo
Levado pelo brilho de teus rastros.
Não sabes, mas em ti, meu bem, aprumo

E percebo que esta sorte já mudou.
Meu céu buscando assim por tantos astros,
Apenas os teus passos encontrou...

X

Amor ilimitado que eu te tenho,
Além das velhas cercas do quintal.
De todos os meus sonhos sempre venho,
Aporto nosso sonho sem igual,
Ao ver tua beleza me detenho
E sinto o quanto a vida é genial.

Mistérios deste amor sem empecilhos,
Sublime em cada novo amanhecer.
É raro no seu porte, segue em trilhos
Levando
calmamente ao renascer;
Do sol que se enternece, rouba os brilhos
Numa certeza plena de prazer.

Amor além do amor, nada o contém,
Se faz na plena glória, o nosso bem...

X

Enigmas que sugeres num sorriso
São convites repletos de vontades.
Na mão que me acarinha, um manso aviso
Das loucas sensações, voracidades.

Da nuca em arrepios, os desejos
Explodem num intenso vendaval.
Dos lábios carinhosos, tantos beijos,
Teu corpo delicado e sensual.

Aos poucos decifrando tal esfinge
Mereço a recompensa, teu prazer.
O céu em raro azul, assim se tinge.
De um jeito tão gostoso de se ter,

Criamos nosso mundo em nossos sonhos,
Segredos destes lábios teus, risonhos...

X

Eu quero extasiar-me junto a ti,
Deitar-me em tua cama; sedução,
Te desnudar aos poucos, ter ali
O gosto do pecado e da paixão.

Saber que nos teus braços me perdi
Tocando nos teus seios... Emoção
De te sentir arfando, bem aqui,
Reféns desta delícia, tentação.

E nesta entrega louca, alucinante,
Os olhos revirando, suspiros tantos...
Num êxtase divino e provocante

Tua nudez na minha noite afora,
Cedendo ao desejos e aos encantos.
Te espero minha amada. Vem agora!

X

Bem sei que sou teimoso, meu amor,
Não canso de tentar felicidade,
Embora tão distante desta flor,
Eu busco noutro campo, a claridade.

Do nada novamente recompor
O mundo que se foi em falsidade.
Amada, estou aqui ao teu dispor,
Vestido no disfarce da amizade.

Meu coração deveras vagabundo
Se aninha em qualquer barco que chegar.
Na rapidez ingrata do segundo,

Ou nessa eternidade do momento,
Nas fases que se mudam do luar,
Na imprevisão sentida deste vento...

X

Sonhando com teus braços, teu carinho,




Eu tantas vezes fico alucinado,




Querendo te encontrar, te dou meu ninho,




Te quero aqui, deitada, do meu lado...








A boca procurando tua boca




Sedenta desta sede que me traz




Vontade de gritar com voz mais rouca,




E ser bem mais vivendo amor e paz,








Se quero mergulhar em manso lago,




Também quero a tempesta e as procelas,




Depois de ter delícias de um afago,




Eu quero o fogo ardente em nossas telas








Pintadas com fulgor, insensatez,




Delícias deste amor que a gente fez...