sábado, março 29, 2008

EU TE AMO! COROA DE SONETOS 167

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O bom da vida mostra o seu valor

Dourando nosso sonho com ternura

O quanto se permite encantador

De toda uma tristeza se depura.

Tomando esta amplidão por onde for

Adoça suavemente uma amargura

Além deste infinito ouso compor

Em plena imensidade, com brandura

Um templo enraizado dentro da alma

Com hastes mais perenes. Vida acalma

Aquele que se entrega à sedução

Do vento feito em brisa e calmaria

Que aos poucos nos tocando me extasia

Trazendo em nosso amor, a profusão.

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Trazendo em nosso amor, a profusão
De um sentimento nobre e soberano,
Batendo com volúpia o coração,
Não deixa mais sequer que o desengano

Transforme uma alegria, imensidão,
E mude a nossa sorte em novo plano,
Movido pelas rédeas da paixão,
Meu peito deste amor se mostra ufano.

Cruzando um infinito em cada verso,
Vagando pelos astros, vou liberto,
Alçando nos teus braços, universo,

Um dia mais feliz em rumo certo,
Depois de um sofrimento tão perverso,
Encontro amor, oásis num deserto.

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Encontro amor, oásis num deserto

Um beduíno sonho em caravana

O tempo de viver se faz liberto

Enquanto uma esperança me engalana.

No quanto te desejo e nada sei

Da solidão que outrora fora imensa.

Vivendo nosso amor, adentro a grei

Aonde uma alma em luz agora incensa.

Espectros do passado não mais rondam,

Deixando em liberdade o meu caminho,

Já se procuram mãos, fronteiras sondam

Sabendo vasculhar prazer e ninho.

Bebendo com vontade cessam sede;

Meus lábios nos teus lábios fazem rede

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Meus lábios nos teus lábios fazem rede
E sabem deste beijo tão gostoso,
Matando em tua boca a minha sede,
A sede deste sonho mais formoso,


Permite que em teus braços eu me enrede
E seja sempre assim, bem carinhoso.

Saudade é um retrato na parede

Desejo sempre audaz, voluptuoso.

O beijo prometido, a boca espera
Transbordando a doçura em primavera

Destinos em carinhos são traçados.

Eu vejo ressurgir uma esperança

Fazendo do teu corpo com pujança

Caminhos em prazeres decorados...

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Caminhos em prazeres decorados

Separam duros joios, salvam trigos

Os dias tão divinos são passados,
Quando em teus braços tenho meus abrigos,


Meus sonhos com certeza demarcados,
Distante dos problemas e perigos.
Dois corpos que se querem são tocados,
Carinhos e prazer, raros artigos.


Meu barco no teu corpo encontra a rota
Deixando uma saudade, então, remota.

Meu barco nos teus cais; amada, aderno.

Eu tenho ancoradouro que buscava

Durante tanto tempo, moldurava

Amor neste cenário sem inverno.

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Amor neste cenário sem inverno

Tramando primavera eternizada

Eu quero o nosso amor, querida, eterno,
Deixando uma tristeza em derrocada,


Meus passos nos teus braços não governo
Adentro num instante a bela estrada
Marcada por desejo manso e terno,
De um dia mavioso; e na jornada


Da sorte tão feliz e benfazeja,
Na plenitude enfim, que sempre seja

O bem desta emoção se convertendo

Num tempo mais feliz em que meu sonho

Mostre-se em maravilha mais risonho

Meu tempo em alegrias; vou vivendo.

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Meu tempo em alegrias; vou vivendo

Distante do que fora gelo e neve

Teus olhos aos meus sonhos prometendo
Desejos de uma vida bem mais leve,


Contigo permaneço não temendo
A dor da solidão que inda se atreve
A me roçar a pele, corroendo
Tornando uma alegria bem mais breve.


Nas asas/ liberdade, a fantasia
Refaz em doces olhos, novo dia

Tomando o coração invade a mente

E traz tanta fartura na colheita

Enquanto a fantasia se deleita

Eu quero o nosso amor completamente.

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Eu quero o nosso amor completamente.

O fogo da paixão queimando lento

Meu rumo nos teu passo é reluzente,
Estrela que guiando, toma assento,


Fomenta meu destino, e de repente,
Aflora mais intensa em pensamento.
Viver no teu caminho, claramente
É ter a sensação de manso vento


Tocando no meu rosto em noite calma,
Tomando em paz, sorrisos, a minha alma

A vida em alegrias me antepara

A boca que se mostra mais audaz

No beijo inebriante doura a paz.

Amar não é pecado, minha cara...

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Amar não é pecado, minha cara,
Também desejo ter tua nudez.
A vida sem amor se torna amara
Vem logo e não se prenda à lucidez.

A pele mais macia se declara
Imersa na loucura em que se fez
Eu quero desfrutar da jóia rara
Da bela silhueta. Insensatez

É não poder seguir nossos instintos,
Deixar de inebriar-se em vinhos tintos
Dos gozos e prazeres que são nossos.

Tocando tua pele, boca e sexo,
Amando sem ter culpa, medo ou nexo,
Mergulhos sem limite em belos poços...

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Mergulhos sem limite em belos poços

Naufrago em teus caminhos, bebo a sorte,

Desejos que se fazem teus e nossos

Aos mares deste amor divino aporte.

Eu quero e não descanso de buscar

A marca deste amor, insanamente.

Vestígios em teu corpo do luar

Tramando a bela noite iridescente

Pecado é não querer provar do gozo

Melífera loucura que transcende,

Segredo deste mar voluptuoso

Que toda noite em chama nos acende

Nudez e transparência, qual colírio

No jogo que se mostra tal delírio

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No jogo que se mostra tal delírio
De risos e prazeres incontidos.
Deixando bem distante algum martírio,
Em ritos desejosos bem cumpridos.

Suores se misturam, danças, pernas.
E assim vagamos loucos aprendizes
Que querem suas noites mais eternas
E nelas se entregarem tão felizes.

Ardências e fagulhas se espalhando
Nas tramas envolventes sussurrantes
Meus lábios na nudez irão tocando,
Famintos, tresloucados viajantes

Até que a saciedade chegue logo,
Vencendo os vencedores deste jogo...

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Vencendo os vencedores deste jogo

Amor sabe do gozo, o seu troféu.

No mar feito em desejos onde afogo

O sonho de ser teu simples corcel;

Cometas passeando pelas bocas

Estradas entre pedras, furnas, grutas.

Ao perceber delícias, tuas tocas

As línguas se mostrando mais astutas.

Nas ancas, nos quadris, as maravilhas

Que quero usufruir sem ter descanso

Dos montes aos teus vales e coxilhas

Num ato tresloucado eu já me lanço

No sonho que esta noite, eu concebi

Declino minha fronte sobre ti.

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Declino minha fronte sobre ti
E deito meu prazer em nossa cama.
De tanto desejei, me convenci
Que não posso ficar sem essa trama
Do jogo de um amor que encontro aqui,
E em louca sedução, o peito inflama.

Desenhas cicatrizes em minha alma,
Tatuas tuas garras sobre mim.
No turbilhão de beijos tudo acalma
E a porta das volúpias se abre assim
Trazendo tempestade em plena calma,
Aguando com promessas tal jardim

Canteiro em framboesas, luas, luz.
Mil laços de ternura reproduz...

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Mil laços de ternura reproduz

Farturas encontradas no canteiro

Aonde nosso amor negando a cruz

Derrama em maravilhas seu tinteiro.

Eu tenho aqui comigo esta alegria

Que a cada novo dia se renova.

Deitando a fantasia em poesia

A lua se refaz, pra sempre nova.

Na trama feita em rede, nas esteiras

Rolando a tarde inteira, espero a noite.

Palavras muitas vezes corriqueiras

Às vezes se transformam num açoite

Porém quando em verdades, num torpor,

O bom da vida mostra o seu valor.