sexta-feira, janeiro 29, 2010

23795

As folhas de papel rotas na mesa
Demonstram o que sentes; doce amada,
Do todo que te quis não sobra nada
Levado pela imensa correnteza,

E tendo na verdade em vã beleza
A sorte muitas vezes desejada
Descansa-se o luar sobre a calçada
Derramas sob a luz tanta leveza,

Disfarces de uma fera em franca guerra,
No olhar torpe e medonho se descerra
A dura realidade; pois tu és

Aquela a quem me dei sem perceber
Atando com devasso e vão prazer
Correntes e grilhões junto aos meus pés...