quinta-feira, fevereiro 04, 2010

24156

De todos os meus dias, os destroços
Ainda se mostrando sobre os ombros,
Nascendo e renascendo dos escombros
Apenas restarão de mim os ossos.

Esquálida figura se perfila
Buscando das estrelas algum brilho,
E enquanto em trevas ando e noites trilho
Revolvo num instante a velha argila

E mostro o quanto em pó ainda resta
Do ser que Deus num sopro fez em vida,
Da própria sorte às vezes se duvida
Erguendo um novo altar, alma funesta

Bebendo desta pútrida aguardente
Um quadro tenebroso se pressente...