domingo, fevereiro 14, 2010

24769

Tomado pelo fogo de um orgasmo
Atravessando as noites fúria insana
E quando à própria sorte se abandona
Exposto sem temores nem marasmo,
A vida já contém em si sarcasmo
Desnuda esta vontade soberana
Ao mesmo tempo sacra e vil; profana
Enquanto deixa em êxtase, mas pasmo.
Ascendo aos mais longínquos patamares
E quando intensamente procurares
Perceberás o quanto de delírio
Invade o nosso caso e me atormenta
Sagaz audácia atroz e violenta
Trazendo enfim um lúbrico martírio.