quarta-feira, fevereiro 17, 2010

24954

Cadáveres; em vida coleciono
E faço destes restos um emblema
Estrelas que pensara em diadema
Aos poucos se entregando ao abandono.
E quando em fantasias sou teu dono,
Por mais que tudo ocorra nada tema
O coração no qual o amor se algema
Trazendo mansamente paz ao sono.
Mas quando estes escombros tanto pesam
E os sonhos e delírios me desprezam
Só resta ao cantador, a solidão.
E vago pelas ruas, vou aos bares
Espero com certeza que ao voltares
Cadáveres que trago; morrerão.