sexta-feira, fevereiro 19, 2010

25157

De quem sempre vivera em abandono
Pegadas pela vida se apagando,
Não posso mais sonhar nem quando
Entregue totalmente em manso sono,

Nas ânsias de um prazer me desabono
E perco a direção, já desabando
O todo que eu pensara se mostrando
Desnudo coração, amor detono,

E sinto que talvez tenha somente
Sementes de uma inválida colheita
Às vezes de tocaia esta alma espreita

E mesmo quando vê; logo desmente
Montando um mundo escuso e virtual
Jogando no porvir a pá de cal.