terça-feira, junho 27, 2006

SOBRE A CRISE DE IDENTIDADE DE UMA COLIGAÇÃO POLÍTICA

SOBRE A CRISE DE IDENTIDADE DE UMA COLIGAÇÃO POLÍTICA

ACM ameaça retirar apoio a Alckmin na Bahia
As relações entre PSDB e PFL estão prestes a azedar na Bahia, Estado em que a coligação parecia mais bem resolvida. Irritado com a decisão do tucanato baiano de lançar o vereador José Carlos Fernandes para o governo baiano, o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) ameaça:

“Se eles querem prejudicar o Geraldo Alckmin, podemos até ajudar. Se a direção nacional do PSDB, o meu amigo fraternal Tasso Jereissati e o próprio Alckmin ficarem de braços cruzados, nós também vamos cruzar os braços. E eles vão ter na Bahia uma derrota pior do que a do Ceará”, disse ACM ao blog.

A menção ao Ceará, Estado de Jereissati, presidente nacional do PSDB não pingou dos lábios de ACM de graça. Assim como na terra de Jereissati, Lula prevalece sobre Alckmin na Bahia por larga margem de votos. As pesquisas atribuem ao candidato tucano percentuais que variam entre 15% e 17% das intenções de votos dos eleitores baianos. Lula oscila entre 55% e 60%.

ACM prossegue: “Esse ódio dele só tira votos. Eu passei a ser maior do que o avô dele (Juracy Magalhães), passei a ser maior do que o pai dele (Jutahy Magalhães). Depois, meu filho Luiz Eduardo foi maior do que ele. E agora o ACM Neto é maior do que ele. Eles querem levar o Alckmin para o mesmo caminho que leva à perda de votos aqui na Bahia. Se isso é feito com as bênçãos da direção do PSDB, nós vamos dar o troco”.

O cacique do PFL baiano afirma que se Alckmin der atenção a Jutahy e ao grupo dele nas visitas que fizer à Bahia, será ignorado pelo PFL. “Quero que o Alckmin chegue aqui e não veja nem o Jutahy nem esse candidato laranja que eles lançaram. Do contrário, ele não vai me ver”.

ACM deve chega a Brasília na noite desta terça-feira. Pretende reunir-se nas próximas horas com Tasso Jereissati. Condiciona a manutenção do apoio a Alckmin na Bahia ao resultado desse encontro.




Aqui temos um retrato absolutamente real do que é a política. Um dos maiores senhores feudais do país, por causa de outro feudalista de estirpe idêntica, se rebela contra uma estrutura tão arcaica quanto cartorial.
A divisão de poder e a luta por esse fazem com que um dos principais baluartes da candidatura de Geraldo ameace se retirar se Geraldo, do PSDB apoiar o candidato do PSDB. Não é incrível?
Esse é mais um aspecto da coligação “Unidos venceremos”, entre tantos outros.
Alguns analistas políticos criticam e vêem fragilidades no fato do Presidente não ter apoio formal de alguns partidos que, historicamente, estiveram formalmente ao seu lado.
Convenhamos, o não apoio formal do PSB é muito menos deletério do que o FORMAL DO PFL.
Parece que os tucanos, após oito anos de convívio durante a administração FHC, ainda não sabem como lidar e conviver com os “filhotes da ditadura” pefelistas.
Hora é César Maia, hora é ACM, hora é o Adolf Jorge, hora o José Jorge, o Agripino, entre outros.
A coligação dos tucanos com os hematófagos de sempre beira ao auto flagelação com aspectos de autofagia.
Não será necessário nem o ataque nem o revide, apenas o açodamento das diferenças eternas e profundas entre o roto e o esfarrapado para que a crise interna da candidatura se faça mais evidente.
O grupo trabalha, na desunião, unido para a derrocada em outubro.
A cada dia, eles mesmos nos dão motivos para não acreditar nem na seriedade nem na consistência da candidatura de Geraldo.
As eleições caminham, a passos largos para uma disputa entre “Unidos Venceremos” e nulo. Com grandes chances do nulo ultrapassar o candidato tucano...