quarta-feira, setembro 06, 2006

Lágrimas contidas

Contidas, minhas lágrimas não caem.
Simplesmente se calam, abortadas;
Mas, caladas, profundamente traem
Quem sempre quis conter as alvoradas...

De minha alma, servidas, sempre saem;
Mas, meus olhos, contêm as rebeladas.
Vez em quando, fingidas sim, atraem
As dores que escondiam madrugadas.

Mesmo nas amarguras que retive,
As lágrimas são sempre escondidas.
A força, gigantesca sobrevive,

Ludibriando todo sofrimento;
Minhas senzalas, nunca mais vertidas
Num pranto que disfarço, ao menos, tento...