terça-feira, setembro 12, 2006

Peste

Noite primordial, desde o infinito,
O Pai, sem perceber, abriu a porta;
Rondando, percebendo, uma alma torta;
Evadiu-se, deixando um triste rito...

Deus, absorto, criando homem, seu mito;
Não se deu conta d’essa alma que aborta,
Destrói, carpe, retrata a vida morta;
Espalha o sofrimento, eleva o grito...

A porta aberta, trouxe tal tormento,
Que jamais permitiu um só momento
De total felicidade. Tiveste

Por toda eternidade bem marcada,
A sorte mais cruel, desesperada,
Essa alma fugidia, vera Peste!