quinta-feira, setembro 07, 2006

Tuas Mãos

Tuas mãos, tantas vezes caridosas,
No desespero vidas salvam, matam...
Com carinho, suaves, me maltratam....
Têm espinhos, também recendem rosas...

Unidas, vão pedindo piedosas,
Num abraço, por vezes m’arrebatam.
Mas, cruéis, se divertem e me caçam...
Na procissão, caminham andrajosas...

Ultrajes e calúnias, mãos sedentas.
Repartem solidárias, mas são lentas
Nas carícias que fazes, nosso quarto...

Ajudas nos delírios, novo parto...
Tuas mãos que, silentes, falam tanto...
Aplacam a dor, causam todo o pranto