sexta-feira, dezembro 01, 2006

Amor e Abandono

Meu angélico amor tão sem cuidado
Desnudo dorme em praças, ao relento...
O beijo que me trazes, é do vento
Que teima em me lembrar: abandonado!

Vestido de ilusões que se frustraram
A cada novo dia, mais distante.
Os olhos desta minha aurora amante
Em meio aos desatinos se levaram...

Misturas mais difíceis de entender
Amor e abandono não se rimam
Porém não posso crer como se estimam
E teimam, toda noite, em me esquecer.

Contrastes que se tornam sofrimento
Desprezos e desejos se entrecruzam
De dores e dos beijos tanto abusam
Que quase não percebo o triste vento...

Deixando o coração em tal tormenta
Que embora sou feliz, infeliz sou,
Concebo deste quase que restou,
A luz que me maltrata e alimenta!