sábado, dezembro 02, 2006

Proteja-me meu Pai pois sofro tanto.
O canto da esperança não escuto.
O vento da maldade, sempre bruto,
Não deixa-me sentir Teu vento, santo.

Por vezes vou sozinho, mas me guias,
Nas noites mais difíceis, tentações.
Espero conseguir das amplidões
As luzes que me tragam novos dias.

Pequei por tantas vezes, meu Senhor,
Nos sonhos, nas palavras, no meu gesto,
Por isso estou aqui, meu canto empresto
Ao pedido maior neste louvor.

Bem sabes que caminho sobre as urzes
Deixadas de propósito, meu Pai.
A treva que em minha alma sempre cai
Lembra-me que temos nossas cruzes.

Farei o que desejas, mas perdoa,
Não deixe que este triste filho Teu
Se perca neste escuro e vago breu,
Meu grito pelos vales sempre ecoa...

Desculpe se perdi o meu caminho,
Desculpe se não pude ser feliz,
A vida me marcando com seu giz
Cravando em cada pé um grande espinho.

Mas saiba que Te adoro e que por isso,
Estou aqui em plena madrugada
A minha voz em prantos, já cansada,
Pretendo, desta vida, ter o viço.

Meus erros cometidos me maltratam
São pedras que carrego, tanto pesam.
Os olhos dos irmãos já me desprezam,
As asas da tristeza me arrebatam...

Somente em Ti encontro a solução,
Não deixe em minha vida essa quimera.
Amor quando em amor, só amor gera,
Por isso é que te imploro o Teu perdão!