segunda-feira, janeiro 25, 2010

23473

Jamais eu deixaria de querer-te,
Se tenho em ti a glória e o descaminho,
E quando nos teus braços eu me aninho
Do sonho não há quem tente ou desperte.

O Amor quando em saudade se converte
Por vezes se tornando mais daninho,
Espalha a tempestade aonde o vinho
Bebera com ternura; e a paz deserte.

Não posso me calar, por isso canto,
E vivo ainda à luz do raro encanto
Que espalhas sobre a Terra, deusa nua,

Minha alma se mostrando transparente
E tendo esta candura que apascente,
Por sobre estas procelas já flutua.