quarta-feira, janeiro 27, 2010

23655

Mergulho na lagoa dos engodos
Aonde se apodrecem esperanças
E quando entre nenúfares me laças
Encontro tão somente podres lodos.
Escudo-me nos vermes, sei-os todos
Jamais esperaria temperanças
Nem mesmo arcando enfim com tais lembranças
Nas mãos velhas vassouras, toscos rodos,
E tudo não se limpa, putrefeitos
Medonhos caricatos foram feitos
Do barro em que o demônio defecara.
Assim, nos olhos vagos do profeta,
O verso incoerente de um poeta
Descobre de Satã o corte e a vara.