quinta-feira, janeiro 28, 2010

23724

Apenas sou matéria e nada mais,
Mas quando eu fizer em fátuo fogo,
Não tendo mais sequer a reza e o rogo,
Meu verso entre os diversos, frágil cais.

Esboço alguma tola solução
E tento ter a sorte fugidia
De quem em outros mundos fantasia
Sabendo dos vazios que virão.

Não quero e nem pretendo tais lauréis
A poesia é morta e já faz tempo;
Se fosse pelo menos passatempo,
A vida modifica seus papéis.

Aonde outrora houvera alguma luz,
Agora tão somente pedra e cruz..