sexta-feira, janeiro 29, 2010

23764

Aberta entre meus dedos, a esperança
Avança sobre os restos do que fomos,
E toma; num momento, sumos, gomos
E neste mar sombrio, ela se lança

Aonde se pensara em temperança
Desunião marcando o que hoje somos,
Diversos na verdade, vários tomos
Da vida sobre a qual já não se alcança

Sequer os leves rastros e pegadas,
A lua se derrama nas calçadas
Cadeiras e conversas. Nada vem

Senão esta neblina que se entorna
E a morte que apascenta inda contorna
Deixando um leve traço, raro bem...