sábado, janeiro 30, 2010

23851

Não quero apenas crer na imensa desventura
Que tanto me maltrata e morde feito um cão,
Imaginando então as luzes que virão
E em lágrima e sorriso, o amor já não perdura.

Sentindo a mansidão, bebendo esta loucura
Adentro sem saber, imenso e fundo chão
Teimando no vazio, ainda crer no grão
Que a mão de um lavrador embalde faz cultura.

Ascendo num momento os infinitos ares
E tento procurar, embora saiba escuso
Deixando esta armadura aonde tu notares

Perpetuando a dor que tanto está presente
Escudo que em defesa, ainda – um tolo- eu uso
Arcando com o fim que em ti vida pressente...