quarta-feira, fevereiro 03, 2010

24113

Arrulha esta ilusão, pombo correio
Dizendo do passado, escondo agora
O quanto não virá e sem demora,
Não posso mais conter sequer o anseio,

Dizendo desde sempre ao que não veio,
A sorte noutras cores se decora
E quando a poesia vai embora
Não tendo quase nada, tosco esteio,

Agarro-me ao que resta e sei tão frágil
O que se outrora fora bem mais ágil
Demonstra tão somente no naufrágio

O beijo ardente e tolo da esperança,
Aonde quis viver, vejo a vingança
Cobrando com a vida, um imenso ágio...