sexta-feira, fevereiro 05, 2010

24218

“Figura que adocica e que me inflama”
A morte penetrando em ocos, vãos,
Cevando da discórdia, amargos grãos,
A vida se tornando mera chama,

E quando se desfaz, enfim tal drama,
Nos olhos esperanças de cristãos,
Porém vazias seguem minhas mãos,
E a plena desventura já me chama.

Perpetuando a dor da qual surgi,
Recebo o vendaval e vejo aqui
A imagem destroçada de um helminto

Que quando procura algum abrigo,
Matando quem cuidara e fora amigo,
Também qual fora a presa morto, extinto.

SOBRE VERSO DE DALVA ABRÃAO