domingo, fevereiro 07, 2010

24326

Quem toma os meus sentidos e naufraga
Os sonhos de um estúpido poeta,
Enquanto uma esperança esta alma veta
Apenas solidão ainda afaga

Na boca do vazio, imensa draga
Que trama a morte em vida, fria meta
De quem ao se entregar não se completa
Na mão de quem amara vê a adaga.

E sabe muito bem que nada após
Terá e ao mesmo instante seduzido
Tomada pela insânia da libido

Já não consegue mais soltar a voz,
O quanto na verdade sobrevivo,
Um verme quase morto, inexpressivo.