terça-feira, fevereiro 09, 2010

24410

Ascendo à tradição do nada ter
Que há tanto se espalhara sobre nós
Não sendo na verdade algum algoz
O mártir se emoldura e mata o ser.

No quase ser feliz já não se impera
O gozo alentador que mal disfarça,
Na tênue mansidão de uma alva garça
Esconde-se a real, diversa fera.

Assim não posso mais ter sob a mira
O verso que talvez eu preferisse,
O lince atocaiado assim desdisse
A fúria de quem caça e logo atira

Mascaro com mentiras os meus dias
E sei que mesmo em noites vagas, guias.