sexta-feira, fevereiro 12, 2010

24620

Coração escraviza-se em folias
E delas se faz farto e não descansa
Mereço ter alguém? Vaga lembrança
Do tempo que deveras esvazias.
Serenas noites trágicas, vadias,
E delas inda resta esta esperança
Vulgar que enquanto a vida em aliança
Amortalhado sonho que temias.
Perpetuando o jogo- perde e ganha,
Assim eu permaneço sem montanha
Nem mesmo corredeira, nesta fossa
Assoreada vida se transborda,
E vivo em precipício beira e borda,
Até que no final, sorrir eu possa.