quarta-feira, fevereiro 17, 2010

25001 com estrambote

Vestimos a esperança a cada dia
E dela nós criamos tal demônio
Que enquanto o coração simples campônio
Mergulha nesta insânia em vã sangria

O ser feliz aos poucos já se adia,
O amor que fora outrora um patrimônio
Ao se inundar de farto e louco hormônio
Fantasmas e delírios vãos recria

E deles as angústias de um desejo
Aonde a derrocada enfim prevejo
E penitências feitas no prazer

Insano e sem limites, sem por que
Hedônico caminho que se vê
E nele se impedindo o amanhecer

Gerando o mais feroz e vago instinto
E o amor abandonado em vão e extinto.