Mas o agregado abstrato das saudades
Fique batendo nas perpétuas grades
Do último verso que eu fizer no mundo!
Augusto dos Anjos
Por entre os dedos, escapando a vida...
E paulatinamente vejo o fim,
Traçado em que mergulho e sendo assim,
A luta desde sempre já perdida.
No quanto a cada passo dilapida
Esterco renovando este jardim,
Da vida se refaz e sem saída
À lama esta matéria apodrecida
Retorno ao mesmo chão do qual eu vim.
Porém levo comigo o mesmo nada
Em face carcomida e degradada,
No herético cenário subterrâneo,
O quanto fosse apenas momentâneo
O verso se perdendo no vazio,
Num verme sem saudade eu me recrio.
Fique batendo nas perpétuas grades
Do último verso que eu fizer no mundo!
Augusto dos Anjos
Por entre os dedos, escapando a vida...
E paulatinamente vejo o fim,
Traçado em que mergulho e sendo assim,
A luta desde sempre já perdida.
No quanto a cada passo dilapida
Esterco renovando este jardim,
Da vida se refaz e sem saída
À lama esta matéria apodrecida
Retorno ao mesmo chão do qual eu vim.
Porém levo comigo o mesmo nada
Em face carcomida e degradada,
No herético cenário subterrâneo,
O quanto fosse apenas momentâneo
O verso se perdendo no vazio,
Num verme sem saudade eu me recrio.
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