A CARREIRA RELÂMPAGO DE UM PONTA ESQUERDA
Durante praticamente toda a sua carreira como jogador de futebol Betinho sempre deu muito azar.
Reserva do melhor jogador do time de Pedra Roxa, o famoso Léozinho “patada”, por ter o chute mais poderoso do Sul do Espírito Santo, esperava ansioso pela oportunidade de poder mostrar o seu talento, ou em busca da posição de titular ou, quem sabe, poder ser visto por outro clube e se transferir.
Betinho era um canhoto muito habilidoso e tão supersticioso quanto.
Nos seus tempos de menino, sonhava sempre com a camisa 11 da seleção brasileira, mirando sua carreira na de Zé Sergio, famoso ponta esquerda do São Paulo e da Seleção Brasileira.
Dormia e acordava pensando em futebol, sua paixão pelo Vasco da Gama tinha lhe dado muitas alegrias, principalmente quando o Flamengo perdia.
Aí se realizava totalmente, ficava a semana inteira sorrindo, mais feliz até do que quando o vascão lograva ganhar.
No infantil e no juvenil, a carreira ia de vento em popa até que, numa hora maldita, o tal do Leozinho, camarada nascido lá em Caiana, Minas, se mudou para Pedra Roxa.
Daí em diante, somente decepções.
Mas, como o sol nasce para todos, um belo dia apareceu a oportunidade que Betinho tanto esperava.
Leozinho que quase nunca se machucava teve um estiramento muscular, não foi um estiramento comum, havendo até ruptura muscular e logo da coxa esquerda, a da “patada”.
Betinho, com toda a superstição desse mundo, resolveu procurar uma mãe de santo para poder se aconselhar como poderia aproveitar melhor aquela chance.
A mãe de Santo foi inexorável – teria que colocar dois bombons caseiros dentro da sunga e jogar com os bombons, sem poder retirá – los.
Esses “bombons” santificados pela dona Filinha eram a chave do sucesso.
Betinho, muito crédulo, assim o fez.
O jogo era contra Limo Verde, clássico intermunicipal; sempre envolto em muitas confusões, principalmente se o jogo fosse ao campo do Limo Verde e esse era o caso.
Como o uniforme do Limo Verde era obviamente verde, o Pedra Roxa resolveu jogar com o seu uniforme reserva; totalmente branco.
O dia estava muito quente e o sol estava escaldando, mais de trinta graus à sombra.
Betinho, empolgado com a oportunidade, obviamente não se esqueceu dos bombons.
O jogo começou muito corrido, e com o calor e a transpiração, os bombons começaram a derreter.
Bombom dentro de sunga branca em calção branco, derretido; imagem como ficou.
O técnico ao ver a cena nem pestanejou: “esse menino não tem condições de jogar no meu time” e, imediatamente sacou-o do jogo.
Assim, nesse mal entendido, mas nem tão mal cheiroso, a carreira promissora do nosso ponta esquerda, acabou.
Ao sair de campo, foi direto à casa de dona Filinha, que disse o seguinte:
-Mas vancê é munto burro mesmo, pru não feiz com os bombons com chocolate branco?
Reserva do melhor jogador do time de Pedra Roxa, o famoso Léozinho “patada”, por ter o chute mais poderoso do Sul do Espírito Santo, esperava ansioso pela oportunidade de poder mostrar o seu talento, ou em busca da posição de titular ou, quem sabe, poder ser visto por outro clube e se transferir.
Betinho era um canhoto muito habilidoso e tão supersticioso quanto.
Nos seus tempos de menino, sonhava sempre com a camisa 11 da seleção brasileira, mirando sua carreira na de Zé Sergio, famoso ponta esquerda do São Paulo e da Seleção Brasileira.
Dormia e acordava pensando em futebol, sua paixão pelo Vasco da Gama tinha lhe dado muitas alegrias, principalmente quando o Flamengo perdia.
Aí se realizava totalmente, ficava a semana inteira sorrindo, mais feliz até do que quando o vascão lograva ganhar.
No infantil e no juvenil, a carreira ia de vento em popa até que, numa hora maldita, o tal do Leozinho, camarada nascido lá em Caiana, Minas, se mudou para Pedra Roxa.
Daí em diante, somente decepções.
Mas, como o sol nasce para todos, um belo dia apareceu a oportunidade que Betinho tanto esperava.
Leozinho que quase nunca se machucava teve um estiramento muscular, não foi um estiramento comum, havendo até ruptura muscular e logo da coxa esquerda, a da “patada”.
Betinho, com toda a superstição desse mundo, resolveu procurar uma mãe de santo para poder se aconselhar como poderia aproveitar melhor aquela chance.
A mãe de Santo foi inexorável – teria que colocar dois bombons caseiros dentro da sunga e jogar com os bombons, sem poder retirá – los.
Esses “bombons” santificados pela dona Filinha eram a chave do sucesso.
Betinho, muito crédulo, assim o fez.
O jogo era contra Limo Verde, clássico intermunicipal; sempre envolto em muitas confusões, principalmente se o jogo fosse ao campo do Limo Verde e esse era o caso.
Como o uniforme do Limo Verde era obviamente verde, o Pedra Roxa resolveu jogar com o seu uniforme reserva; totalmente branco.
O dia estava muito quente e o sol estava escaldando, mais de trinta graus à sombra.
Betinho, empolgado com a oportunidade, obviamente não se esqueceu dos bombons.
O jogo começou muito corrido, e com o calor e a transpiração, os bombons começaram a derreter.
Bombom dentro de sunga branca em calção branco, derretido; imagem como ficou.
O técnico ao ver a cena nem pestanejou: “esse menino não tem condições de jogar no meu time” e, imediatamente sacou-o do jogo.
Assim, nesse mal entendido, mas nem tão mal cheiroso, a carreira promissora do nosso ponta esquerda, acabou.
Ao sair de campo, foi direto à casa de dona Filinha, que disse o seguinte:
-Mas vancê é munto burro mesmo, pru não feiz com os bombons com chocolate branco?
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