DA DIGNIDADE E DA IGUALDADE
Minha filha, tua trilha e teus passos soam como esperança, para quem, na dança da vida, aflito perdeu o rumo, muitas vezes sozinho, outras pelo caminho, muitas passarinho...
Minha mão alcançando a criança que ficou no passado, me deixa o gosto amargo do chimarrão da saudade.
Do vinho amargo do tempo, esquecido na adega da alma.
Mas tentei, na minha manhã, lutar pelo teu brilho, nada consegui; a liberdade distante, a cada instante a menina não poderia, não saberia e no domingo da vida, a semana nunca chegava.
Eu te amava tanto, no pranto esquecido pelas curvas da existência, pedi clemência, perdi paciência e naufraguei minhas lagrimas no baú de tantas espreitas, pelo rancho fundo das esperanças.
Renasci no universo, em meus versos e nos teus encantos.
Mas meu pranto foi precoce, a ausência remove o que fora luz.
A terra escurecida, a rádio ecoando um canto triste que ouviu do peito do poeta.
A seta que aponta o prumo e o norte, afogada pelos laços das estranhas entranhas de um futuro sem lastro, vazio, ao acaso, puro ocaso, fazendo caso de tantos erros, quanto berros, aterros e fraudes.
Minha sorte escrava, na lava que encrava e perversa a clava de tantas lutas em vão.
No colchão de pregos dos sonhos, meus medonhos e vagos lagos de ardentes lavas, onde lavo os meus pecados.
Perdoe o canto de quem, entre tantos e tantos foi tão pouco. Tampouco podia ser.
A mão calejada abraça teu corpo.
No copo da partilha, meu gole foi pouco, se tive.
A enxada restando quieta, calada, me traduz a insuficiência, na doença que nos devora.
Agora e sempre, desde os primeiros dias, as mãos vazias traduzem a colheita.
Nas filas intermináveis, nas chagas aumentadas a cada não.
Na sede desse sertão real e imaginário, Calvário e martírio.
Mártir, não quero nem almejo, quero o benfazejo beijo da brisa da igualdade; entre campos e cidades, entre travessas e favelas, barracos e mansões, corações de marés de dignidade, essa tal felicidade.
Minha filha perdoe o pai e o país, ser feliz é só promessa.
A hora sempre foi essa, nunca poderia ser outro dia, adiada eternamente.
O éter na mente inebriando e impedindo a realidade atroz como algoz e carrasco. No asco que produzem minhas vestes, meu cheiro e minha boca; bem sei que nunca perdoados.
Os retalhos doados pela caridade e pela coagulados no peito, sem jeito e sem forma. A forma onde fomos feitos imperfeitos e disformes, nos informes dos jornais somos quase nada mais que animais; quando tanto, somos cifras sem cifrões.
Vida sem enganos e sem esperas, transfiguradas nos teus olhos, sem brilho, minha amada.
Que bom que se pudesses ser filha da partilha da partida, estrelar.
Mas, não posso nem quero consolo, quero ação.
Coração sob a couraça, o cheiro da cachaça inebriando, o dia raiando, o povo chegando para um adeus, sem ar de Deus, mas fazer o quê?
No sertão de cidadania que invadiu esse nosso canto, todos os cantos, alimentado pelo sangue dos desgraçados, pelos abandonados, como eu e como o corpo inerte e sem vida, tão ávido pela vida como qualquer um.
Primeira filha de um berrante que “vingou”, no meio de tantos que se foram, da mesma forma.
A manhã renasce e com ela a sina, de trabalho e de suor, que o patrão nunca pode esperar o mundo roda e a roda da sorte nunca, nem na morte pára de girar, estou tonto, a cabeça gira, a dor aspira e expulsa.
A repulsa pela sorte, pela morte, pela solidão, num canto vão, esquecida.
A manhã surgida, a menina enterrada, a enxada, a estrada e o renascer.
Renascer da morte a cada dia, da morte da esperança, na dança cruel da verdade.
Meu Pai perdoe esse lamento, bem sei que agüento como meu pai suportou.
A sina se repete, a cada nascente, a cada poente, tudo me remete à verdadeira lição do Cristo que, com carinho, multiplicou e dividiu o pão.
Pena que ninguém entenda, por mais que o Padre fale, por mais que o Pastor recomende, não há quem se emende e passe a perceber.
Que o verdadeiro amor permite a divisão.
Concebe a humanidade numa unidade, com humildade quem sabe, na humana idade de amanhã, isso possa ser realidade, a real idade da digna idade, da DIGNIDADE!
Minha mão alcançando a criança que ficou no passado, me deixa o gosto amargo do chimarrão da saudade.
Do vinho amargo do tempo, esquecido na adega da alma.
Mas tentei, na minha manhã, lutar pelo teu brilho, nada consegui; a liberdade distante, a cada instante a menina não poderia, não saberia e no domingo da vida, a semana nunca chegava.
Eu te amava tanto, no pranto esquecido pelas curvas da existência, pedi clemência, perdi paciência e naufraguei minhas lagrimas no baú de tantas espreitas, pelo rancho fundo das esperanças.
Renasci no universo, em meus versos e nos teus encantos.
Mas meu pranto foi precoce, a ausência remove o que fora luz.
A terra escurecida, a rádio ecoando um canto triste que ouviu do peito do poeta.
A seta que aponta o prumo e o norte, afogada pelos laços das estranhas entranhas de um futuro sem lastro, vazio, ao acaso, puro ocaso, fazendo caso de tantos erros, quanto berros, aterros e fraudes.
Minha sorte escrava, na lava que encrava e perversa a clava de tantas lutas em vão.
No colchão de pregos dos sonhos, meus medonhos e vagos lagos de ardentes lavas, onde lavo os meus pecados.
Perdoe o canto de quem, entre tantos e tantos foi tão pouco. Tampouco podia ser.
A mão calejada abraça teu corpo.
No copo da partilha, meu gole foi pouco, se tive.
A enxada restando quieta, calada, me traduz a insuficiência, na doença que nos devora.
Agora e sempre, desde os primeiros dias, as mãos vazias traduzem a colheita.
Nas filas intermináveis, nas chagas aumentadas a cada não.
Na sede desse sertão real e imaginário, Calvário e martírio.
Mártir, não quero nem almejo, quero o benfazejo beijo da brisa da igualdade; entre campos e cidades, entre travessas e favelas, barracos e mansões, corações de marés de dignidade, essa tal felicidade.
Minha filha perdoe o pai e o país, ser feliz é só promessa.
A hora sempre foi essa, nunca poderia ser outro dia, adiada eternamente.
O éter na mente inebriando e impedindo a realidade atroz como algoz e carrasco. No asco que produzem minhas vestes, meu cheiro e minha boca; bem sei que nunca perdoados.
Os retalhos doados pela caridade e pela coagulados no peito, sem jeito e sem forma. A forma onde fomos feitos imperfeitos e disformes, nos informes dos jornais somos quase nada mais que animais; quando tanto, somos cifras sem cifrões.
Vida sem enganos e sem esperas, transfiguradas nos teus olhos, sem brilho, minha amada.
Que bom que se pudesses ser filha da partilha da partida, estrelar.
Mas, não posso nem quero consolo, quero ação.
Coração sob a couraça, o cheiro da cachaça inebriando, o dia raiando, o povo chegando para um adeus, sem ar de Deus, mas fazer o quê?
No sertão de cidadania que invadiu esse nosso canto, todos os cantos, alimentado pelo sangue dos desgraçados, pelos abandonados, como eu e como o corpo inerte e sem vida, tão ávido pela vida como qualquer um.
Primeira filha de um berrante que “vingou”, no meio de tantos que se foram, da mesma forma.
A manhã renasce e com ela a sina, de trabalho e de suor, que o patrão nunca pode esperar o mundo roda e a roda da sorte nunca, nem na morte pára de girar, estou tonto, a cabeça gira, a dor aspira e expulsa.
A repulsa pela sorte, pela morte, pela solidão, num canto vão, esquecida.
A manhã surgida, a menina enterrada, a enxada, a estrada e o renascer.
Renascer da morte a cada dia, da morte da esperança, na dança cruel da verdade.
Meu Pai perdoe esse lamento, bem sei que agüento como meu pai suportou.
A sina se repete, a cada nascente, a cada poente, tudo me remete à verdadeira lição do Cristo que, com carinho, multiplicou e dividiu o pão.
Pena que ninguém entenda, por mais que o Padre fale, por mais que o Pastor recomende, não há quem se emende e passe a perceber.
Que o verdadeiro amor permite a divisão.
Concebe a humanidade numa unidade, com humildade quem sabe, na humana idade de amanhã, isso possa ser realidade, a real idade da digna idade, da DIGNIDADE!
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