O velho e a moça.
Nesse dia 01 de julho, histórico para o futebol brasileiro, tivemos duas lições de futebol e de vida.
No primeiro jogo do dia, Portugal de Luiz Felipe Scolari, a exemplo da seleção brasileira de 2002, demonstrou o quanto o espírito de equipe pode realizar em qualquer atividade da vida.
Um show de força e equilíbrio, com sensatez e vontade de vencer. Coordenação e união. Uma equipe no real sentido da palavra.
Contra uma Inglaterra, teoricamente mais forte, o time de Portugal deu uma lição de cooperação e de conjunto.
Já o aglomerado brasileiro, um apanhado de jogadores famosos em estágios diferentes da carreira, alguns no auge e outros em franca decadência, como nos casos de Cafu, Roberto Carlos, Ronaldo, entre outros, foi a fiel representação de que não basta técnica e talento.
A vitória, em qualquer área profissional depende da idéia de equipe.
Quando observamos um emaranhado de bons profissionais atuando sem coordenação temos um inevitável desastre.
Na vida, como no esporte, a formação de um grupo homogêneo e entrosado, leva ao sucesso inevitável.
Desde os primeiros jogos, o resultado negativo já se desenhava. Na dura vitória contra os croatas, na vitória sobre australianos e japoneses, a duras penas, não tínhamos muito que comemorar.
Não se podia esperar muito do, teoricamente, mais forte agrupamento, mas na prática, uma das piores equipes que o futebol brasileiro apresentou nas Copas do Mundo.
A auto suficiência de alguns atletas e a insistência do treinador em manter profissionais em final de carreira, aliadas a empáfia de grupos de jornalistas, foi vital para que não se formasse uma equipe.
Desde os primeiros jogos, tínhamos a impressão de que o grupo não deslanchava. As vitórias foram conquistadas mais pela fragilidade dos oponentes do que por méritos nossos.
Nas oitavas de final, num jogo alucinado contra a equipe de Gana, poderíamos ter vencido de mais ou perdido de muito, tal a quantidade de oportunidades perdidas pelos ingênuos africanos.
Outro aspecto me chamou a atenção. A tentativa de alguns atletas de creditarem a Deus as vitórias ou os gols consignados.
Principalmente Kaká, o bom moço...
Esporte é coisa para quem tem vontade de vencer, para quem joga com convicção e com tenacidade.
Raríssimas vezes nossos jogadores tentaram dificultar as coisas para os franceses.
Um jogador excepcional como Zidane não pode jogar sem marcação. A liberdade dada a um jogador dessa estirpe é suicida.
Henry fez sua melhor partida na Copa, dando a impressão de que, enfim, começou a jogar.
Os zagueiros brasileiros se salvaram e, se não fossem eles, o placar teria sido muito maior para os franceses.
Nossos envelhecidos jogadores que se despedem hoje, principalmente nas duas alas, deveriam ter sido afastados há tempos.
A bem da verdade, Cafu se tornou um mito, e só.
Já Roberto Carlos está, faz tempo, em declínio total, aliando-se a Ronaldo no falso dream team madrilenho.
Felipe Scolari montou um time. Parreira fez um aglomerado.
Quem trouxe a vitória em 2002, foi o espírito de equipe, não os talentos isolador.
Temos que entender, também, que tanto a França, a Itália, a Alemanha e a Argentina, as grandes equipes desta copa, são muito mais que simples “seleções”, são EQUIPES!
Que sejam aprendidas as lições e que as “moças protegidas por Deus” e os velhos “deuses” do futebol aprendam que, um mais um é sempre mais que dois...
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