Tucanolândia 18 - Crescimento cavalar, começando pelo rabo...
Tucanolândia era um Reino formado por várias províncias, e a disparidade econômica e social destas, era gritante. Tínhamos algumas Províncias com padrões de vida próximos aos da Europa, no sul do reinado, outras com padrão de vida iguais aos dos países mais pobres da África.
Dentro destas províncias havia, também, a maior desigualdade social do mundo. Alguns poucos ricos exploravam os muitos pobres, num sistema de relação entre capital e trabalho que beirava a escravidão.
Dom Fernando Henrique Caudaloso, como vimos nos capítulos anteriores, tinha se “livrado” dos maiores problemas do reinado, causadores imediatos desta disparidade; ou seja, as grandes empresas públicas, já que era impossível para o povo do reinado administrar sem falcatruas ou trambicagens qualquer coisa que fosse.
Dom Fernando, como sociólogo de formação, achava que o gene da pilantragem estava embutido nos cromossomas do “povo caboclo”, sendo essa a origem de sua paixão pela Europa, para onde ia e ainda vai quando quer “descansar” do contato com os aposentados vagabundos e com o povo ignaro e pobre.
A principal província do Reinado era a de Saint Paul, a conhecida locomotiva nacional.
Saint Paul, historicamente, representava o maior centro econômico do Reino, com suas indústrias, e agropecuária de porte gigantesco.
Um verdadeiro pólo para onde migravam grande parte dos miseráveis e famintos do Nordeste, expulsos pelos governos incompetentes e pela fome, sendo atraídos como mariposas pela luz, na procura de uma sobrevivência mais digna.
Interessante disto tudo, é dizermos que, com a extinção da SUDENE e a falta de uma política para a melhoria da qualidade de vida deste povo, o inchaço da megalópole paulista se tornava, cada vez mais evidente.
Pois bem, desde 1995, o Governo do Estado paulista estava nas mãos de aliados de Dom Fernando, ou seja, com apoio integral do reinado para que pudesse não somente manter, como expandir as suas riquezas.
Se analisarmos que esta província era a mais populosa e rica do país, e que esta contava com apoio integral do Reinado, podemos imaginar que o crescimento desta seria consistente e evidente.
No Governo provincial tínhamos tido Sir Mário Corvos, respeitado político local, homem que detinha a admiração de grande parte dos súditos, tanto da província quanto a nível nacional.
Depois da morte deste, assumiu Dom Gerald Aidimin, médico anestesista que tinha sido prefeito de uma cidade do interior da Província; homem apático e sem carisma.
Mas, ao contrário do que se imagina, mesmo com todo o apoio do Rei, famoso pela máxima “aos meus amigos tudo, aos meus inimigos, meu desprezo”, a economia da província entrou em decadência.
Como prova da qualidade administrativa da dupla Corvos/Aidimin temos os seguintes números:
Em 1995, quando os tucanos assumiram o poder na província, a participação desta, percentualmente, era de 37 por cento do PIB nacional, já em 2004, nove anos depois, tivemos, sob o mesmo governo tucano, uma queda para 32,6 por cento. Com um decréscimo de doze por cento da economia em nove anos.
Se continuarem no poder por mais cinqüenta anos, nesse ritmo, teremos uma bela competição pelo cargo de locomotiva, entre a província paulistana e a grande província das Lagoas, governado no passado pelo ex-Rei Dom Fernando Colo Melado, de triste memória...
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