sexta-feira, dezembro 01, 2006

Rir de tudo é coisa dos tontos, mas não rir de nada é coisa dos estúpidos. Erasmo de Rotterdam

Desculpe se lhe falo com franqueza
Se pensa que conhece quase tudo,
E por isso se esconde, carrancudo,
Nesta fantasia sem beleza;

Lhe falo meu amigo e companheiro,
A vida não se esconde desse jeito.
O mundo pode ser tão imperfeito,
Mas tem o seu encanto verdadeiro.

As coisas por difíceis que pareçam
Não devem ser levadas ferro e fogo,
Quem mata essa criança perde o jogo
Não deixa que essas nuvens espaireçam!

Vestido de total iniqüidade
Vencido pelas urzes do caminho.
O canto que enobrece o passarinho
Não pode ser deixado na saudade...

Tanto riso, eu concordo, sem sentido
Nos fazem parecer como boçais.
Nos trazem sentimentos que jamais
Podemos desprezar no nosso olvido.

Quem ri-se sem saber como e por que,
Parece que não traz discernimento
E, vago, se dilui em pleno vento,
Não sabe nem sequer onde e cadê.

Porém quem nunca ri mostra, talvez,
Últimos estertores da esperança.
Da vida, já rompidas alianças.
E plena sensação de estupidez!