sexta-feira, dezembro 01, 2006

Saudade

Vieste me falar de saudades...

Interessante, saudade tem o poder de atrair e afastar, de amargar e adocicar.

Neste agridoce a saudade morde e assopra.

Fere e cicatriza.

É, no fundo, o pagamento de uma dívida com o passado. Ou, muitas vezes, uma maneira de nos acharmos eternos, ou de tentarmos eternizar o que fomos.

Mas há um tipo de saudade que é terrível e altamente dolorosa.

Posso dizer que é DEVASTADORA.

A saudade do que não houve.

É como o aborto, a perda do que poderia e do que não foi.

Frustração.

Absoluta frustração.

Esse tipo de saudade maltrata ferozmente.

Pois morde e não assopra

Fere e nunca cicatriza

Demonstra nossa total impotência e incapacidade.

É o gosto do não.

Da ausência.

Do quem sabe

E do talvez...

Contra esse tipo de saudade

Só há um remédio.

A morte.

Por isso viva o que tenha de viver.

Sem medo

De ser, pelo menos, em um segundo.

Feliz!