sexta-feira, dezembro 01, 2006

Abandonado pela sorte

A sorte abandonando meu caminho
Não deixa-me saber por onde irei.
Deveras nas estradas que passei,
Amores esquecidos, velho ninho.

Perdido procurando as esperanças
Não vejo um horizonte que me caiba
Não sei se saberei o que se saiba
Nas curvas mais fechadas das lembranças.

No meu destino mel não se percebe
O mal o fel o bem não se misturam
Porventura serei o que procuram
Aqueles que a ventura não concebe.

Do tédio meu remédio, uma migalha
Que o mal, em meu caminho, sempre espalha.
Um mal nunca se cura noutro mal
Assim como com mel não se mistura
O fel que recebi da criatura,
Que sempre produziu só fel e mal!