sexta-feira, dezembro 21, 2007

SONETOS 026


Deitado, nesta noite, sem ter sono;
Lembrei dos velhos tempos que passamos.
Depois de tanto tempo em abandono,
Descubro agora, o quanto nos amamos!

Mostravas majestade em cada beijo,
Desenhos vigorosos perfumados;
Mirada de esplendor e de desejos,
Vagos caminhos todos, alentados.

Fervor com que me dera ao nosso caso,
Vivia em desespero mais profundo.
Deixando nosso barco neste acaso,
Não posso te esquecer um só segundo...

Neste esplendor guardado nas retinas,
Distante dos teus olhos me dominas...

APAIXONADO POR VOCÊ

Qual guerreiro que luta sem parar,
Nossas noites em loucos desafios.
Fazendo das batalhas, tanto amar,
Deitando em nossas camas, nossos rios.

Na enchente do prazer, se transbordando,
Dilúvios e torrentes, as cascatas...
Aos poucos neste amor vou me afogando,
Embrenho por teus bosques, tuas matas.

E sinto este pulsar do coração,
Em sôfregas torturas da ternura.
Vibrando com tamanha sensação,
Deitando nestes rios, as venturas.

Que trazem para o amor, essa emoção,
Que fazem deste amor, inundação!

TEU CORAÇÃO

Teu coração tão doce, em tal ternura,
Vibrando nos acordes da paixão.
Rompendo toda mágoa e desventura,
Fazendo deste amor nosso refrão...

Do sol formoso em tarde sempre cálida.
Das nuvens que esvoaçam, sem parar...
A mão tão carinhosa. A noite pálida,
As ondas e os destinos, preamar...

Evoco esses momentos tão ditosos,
Espero a mansidão deste cenário.
Os beijos que trocamos; tão nervosos,
Jamais teremos dias temerários...

Apenas a promessa tão ardente,
Viver o nosso amor, eternamente!

QUERO O TEU CARINHO

Tomando-me em teus braços, noite mansa,
Eu quero ansiosamente teu carinho.
Por mais que sei que medo sempre alcança,
Não vejo solução sem ser sozinho.

Minhas armas deixadas noutro canto
São versos e verdades que não toco.
Minhas esporas se perdem, puro espanto.
Um coração sem rumo, já reboco.

São tantos os pedaços que carrego
Daquele que se foi quando te amei.
Refeito do que fui sempre me nego
Carpindo cada noite que sondei.

Mas sinto que se muda a paisagem,
A cada nova trama, uma viagem...

AMOR...

Te conto, em teu ouvido, esse segredo;
Que raras vezes sinto que escutaste.
Mas trago um verdadeiro, intenso medo,
De ser em tua vida, simples traste.

Não venho das estradas que sabia
Nem venho te trazer gosto mofado.
Refeito dessa eterna ventania;
Que fez a tempestade do passado.

Sou velha tentação que não se cala
Sou quadro que esqueceste na parede
Num canto abandonado desta sala.
Apenas sensação de transe e sede.

Mas venho te dizer do que não tento,
Amor que sempre peço, não invento!

EU QUERO TEU AMOR

Nada mais do que sempre imaginara,
Meus versos se perdendo sem destino.
Amar é descobrir como é tão cara
A vida que sonhei desde menino.

Eu quero te saber bem junto a mim,
Num sonho tão divino; ser feliz.
Não quero te perder. Viver, enfim,
É ser decerto, tudo o que se quis.

Eu sinto teu sorriso convidando
À vida que pretendo maviosa.
As mãos que te carinham vão plantando
Milhares de desejos, minha rosa...

Eu quero teu amor, não mais duvide.
É mar em quem a vida se divide!

X

A noite iluminada te trazia
Aos braços que esperavam, tão ardentes.
A vida num momento reluzia
Meus olhos explodiam, mais contentes.

A graça de te ter junto comigo,
O verso que cantava meu amor.
Durante todo o tempo que persigo,
Encontro em meu caminho, bela flor...

Eu quero me entregar tão cedo e tanto,
Sentir dos teus carinhos, os favores,
Tramar nas madrugadas, os cantos
E mergulhar nas águas dos amores.

Que louvam esperanças, e ventura,
Amor que me clareia em noite escura!

X

Amiga, quanto tempo em nossa vida,
Sentindo o sentimento quase morto.
A porta da saudade construída,
O mar, pura falésia, nega porto.

Buscando se encontrar, distante mar...
Sabendo que não temos quase nada.
Vencido por procelas, sem parar,
A noite se mostrando des’perada...

Amiga, quando os ventos atormentam,
E toda uma tristeza desce brusca.
As mãos abandonadas não esquentam,
A gente se perdendo nesta busca...

Amiga, tanto amor que já perdi...
A sorte é que estavas bem aqui!

X

Na margem deste rio onde me deito,
Ouvindo a cachoeira no seu canto.
Sentindo esse frescor, tão satisfeito,
Sabendo desta vida, puro encanto...

Nas águas deste rio em que mergulho,
Nadando uma esperança sem final.
Amor que tanto quero quanto orgulho,
Por certo é;nosso amor, celestial...

Eu quero o teu amor, mais verdadeiro,
Nas danças e promessas, tanta luz.
Amor que quando vem, é sempre inteiro.
E em meio a tantos brilhos, se produz...

As águas, as cascatas, este véu...
Só falta o meu amor pr’estar no céu!

X

Na beleza do sol que se levanta,
Numa explosão fantástica do dia.
Imensa claridade que me espanta
Uma fotografia da alegria.

Assim como este sol em forte brilho,
Teus olhos quando acordo me iluminam...
Nos reflexos das luzes, maravilho;
E seus raios divinos me dominam.

Fulgor estonteante desses sóis,
Em ambos o calor que tanto busco.
Da noite que tivemos, nos lençóis
Macios com carinho louco e brusco...

Flutuo em cada olhar, teu e do sol,
E deposito a vida em tal farol...

X

Por vezes tão difícil a caminhada...
As pedras que encontramos são pesadas.
Eu busco meus amores nesta estrada,
As pedras impedindo m’as passadas...

Eu sinto a impiedade desta vida,
Em tantos fardos rudes que carrego.
Saber que a madrugada vai perdida,
Saber que o meu futuro, eu mesmo nego.

O peso do que tive não é pouco,
A carga que levara, tão dispersa.
Aos poucos sensação de ficar louco,
Ouvindo dos amores, tal conversa.

Não deixe que essa dor, assim, prossiga.
Demonstre meu amor, que és minha amiga!

X

As ânsias de viver eternamente,
Nas danças e promessas mais felizes,
Sabendo que te amei tão docemente,
A vida se esqueceu das cicatrizes.

Eu quero em cada canto maciez,
Encantos de perfumes e de flores.
Amando vou perdendo a lucidez
Mergulho sem temer sequer as dores.

Nas ânsias deste amor tão infinito,
Eu vejo meu retrato refletido
No rosto do desejo que acredito,
No tempo de viver sem ser sofrido.

Eu quero as concessões do nosso amor,
Que invade, sem temer, por onde for...

X

Eu quero teu caminho, pura prata,
Seguindo por teus passos luminosos.
Amor que quando chega me arrebata,
Matando tantos dias dolorosos.

Eu quero tua luz sem desafeto,
Eu quero esta volúpia em meu caminho.
Vivendo nosso amor, assim completo,
Sabendo que em prazer me desalinho.

Nos dentes que me cravas meus delírios;
Nas rondas que fazemos pelas noites,
Prazeres tão imersos em martírios,
As bocas se procuram, como açoites...

Eu quero em nossas noites, as injúrias,
Vibrando em tantas tramas e luxúrias...

X

Nas tantas opulências dos lençóis,
Nas marcas desse amor que já fizemos.
Tramando em nossa cama, pernas, nós,
Aos poucos, nos carinhos, concedemos...

Nas doces sensações nossas ternuras,
Se encontram sempre e sempre, a cada dia.
Trazendo com certeza tais venturas
Que vibram nosso amor em alegria.

Eu quero ser sereno e ser completo,
Eu quero ter teu corpo junto ao meu.
Depois dormir, tão pleno e mais repleto,
Sabendo que o amor não me esqueceu.

Depois de tantas noites ocas, brancas,
Saber de nossas vidas, loucas, francas...

X

Meu coração, qual pássaro sem ninho,
Vagando tanto tempo sem ninguém.
Na ilha dos prazeres, tão sozinho,
Na espreita de encontrar um novo bem...

Nas flores entreabertas a promessa
Da nova primavera que não vinha.
Eu pensei que depois desta conversa,
Depois de tanto tempo, fosses minha...

Meu coração precisa timoneira,
Vagando sem destino, mar e mar...
Por certo, minha amiga e companheira;
Durante muito tempo quis te amar...

Agora descobri toda a verdade;
Maior que o triste amor, tua amizade...

X

Lua de minha vida; soberana,
Senhora de meus sonhos mais felizes.
A noite nos teus braços se abandona,
Envolta nas ternuras dos matizes...

Ilumina a pupila dos meus olhos,
Ilumina o desejo desse amor.
Trazendo as alegrias, tantos molhos,
Fazendo minha vida em esplendor.

A noite que promete rubra aurora
Palpita no meu corpo enluarado.
Amada como é bom te ter agora,
Vestida em salvação, doce pecado...

Que a lua que te trouxe, em prata chama,
Espalhe aos quatro cantos quem te chama!

X

Neste rio dourado em que se banha
Desnuda totalmente uma sereia;
Vontade de saltar também; tamanha
A beleza por sob a lua cheia.

Neste rio de sonho, uma ilusão;
Numa alegria tanta me parece,
Que rola dos espaços emoção
De ter essa magia em que se tece.

Teares prateados, bela lua;
Formando em tantas rendas um desenho
De tal grandeza que, em amor flutua;
Refazem os caminhos de onde venho.

E sinto neste sonho tal desejo,
Entregue neste rio, já me vejo...

X

Vencendo tanto medo que eu trazia
Das noites que passara sem ninguém.
Sonhando com delícias de ambrosia,
Deitando tão sozinho, a noite vem...

E traz essa vontade de voltar
E traz esse desejo de te ter.
Sabendo que jamais terei luar,
Aos poucos, sem vontade de viver...

Depois de certo tempo sem certeza,
Aguardo meu amor perto de mim.
Deixando minha vida na incerteza,
Sem rumo e sem destino, sigo assim...

Mas sei que depois dessa tempestade
A lua irá trazer a claridade!

X

Minh’alma sonhadora quer um porto
Onde possa parar e descansar,
Depois deste futuro quase morto,
Depois de tanto tempo flutuar...

Quero o teu recanto e teu remanso,
Quero o teu carinho e teu afeto...
Distante da esperança que eu alcanço,
Vivendo nesse jogo predileto...

Amar passou a ser um desvario,
Um sonho sem igual, forte e risonho.
Descendo meu amor trafego um rio
Que perde-se em cascatas mais medonho...

Sou teu amante triste e vaporoso,
Porém do nosso amor, mais orgulhoso...

X

Amor, quando penetro em tal floresta,
Meus sonhos se desfazem sem sentido.
De tudo que quisera, nada resta,
Depois de tanto tempo, decidido...

Visando uma saudade que não quis,
Vivendo uma quimera que não pude.
Por mais que se quisera ser feliz
A dor dentro do peito é triste e rude.

Não sabes do que tive no passado,
Não sabes do que trago em minha mão,
O canto que pensara aprisionado,
Aos poucos se liberta em teu perdão.

Amar é navegar sem ter fronteiras,
Trazendo as tempestades, companheiras!

X

Não quero aborrecer-te com lamentos.
Meus versos tantas vezes são piegas.
Seguindo a direção de tantos ventos,
Minha alma, eu já percebo que navegas.

Ao menos se tivesse solução;
Quem sabia não seria mais feliz.
Eu fujo da diaba solidão,
No fundo a mulher que sempre quis.

A vida que tivemos se consente
E sinto que se sente mais esquiva
Não falo desse amor mais tristemente,
Embora tantas vezes dele viva.

Não falo desse amor qual fora morte,
No fundo ando contente com tal sorte...

TE AMO, QUERIDA...

Quando, os olhos fechados, te percebo;
No cheiro tão macio dos teus seios.
Aos poucos tantas luzes eu concebo
E vivo em paz na vida, sem receios...

Não somos mais as ilhas pedregosas
Atóis tão isolados no oceano.
As frutas dos amores, saborosas,
Inundam cada palmo, cada plano...

Guiado por perfumes que exalaste,
Deitando meu desejo sobre o teu.
Fazendo desse amor, puro contraste,
Cálice onde alegria já bebeu.

Inebriada, a vida quer festejos,
De camas, de carinhos, de desejos...

VIVENDO TANTO AMOR...

Falar deste meu canto sem paragem
Nas margens deste mar que nunca veio.
Fazendo sem amo qualquer bobagem;
Vivendo tanto amor, vou sem receio...

Eu quero este perfume quando exalas,
Eu quero a sensação de liberdade,
Ouvindo o teu respiro quando falas,
Em tudo que tiver, felicidade...

Eu quero um só momento do teu lado.
Eu quero a vida inteira se puder.
De tanto que te amei,vou encantado,
Irei seguir teu rastro onde quiser.

Tu és o que sonhara em minha vida,
Vivendo tanto amor, assim, querida...

X

Não cante a voz humana em mais verdade
Palavras que soltamos nos retornam
Por tantas vezes mera qualidade
De versos e cantigas nos adornam...

Não posso prometer-me mais enganos,
Se tantas vezes fui abandonado.
Amar quem dera fosse, nos meus planos,
Saber que estás aqui, sempre a meu lado...

A sorte, tantas vezes tão avara,
Não trouxe a prometida recompensa.
A vida se mostrando mais amara,
De tanto que maltrata sempre cansa...

Por isso companheiro; sempre digo,
O braço em que me apóio é teu, amigo!

X

Amor, em convulsões, beijando a areia;
Trazendo nos meus sonhos, tantas mágoas.
Ao mesmo tempo cega e me incendeia,
Depois, vem sorrateiro e lança as águas...

Amor que me decora em suas manhas;
Devora mansamente as fantasias.
As dores dos amores são tamanhas,
Depois das tempestades, alegrias...

Além do céu fechado, uma esperança;
Saber dessas venturas do prazer.
O olhar apaixonado sempre alcança,
O mundo tão feliz que pensa ter.

Eu quero esse destino mavioso,
Nas tramas deste amor delicioso...

QUERO O TEU AMOR

Carregando meus sonhos nas espáduas,
Atravesso os desertos, sem temer.
Areias, tempestades, marchas árduas,
De tudo que vier, mas vai valer...

Desertos esquecidos, tenebrosos;
Deixados em minha alma, sem descanso.
Por vezes, os caminhos pedregosos,
Valoram o destino que eu alcanço...

No fundo deste céu tão azulado,
O sol tão inclemente, me embeleza.
O rumo, por sinal, desencontrado,
Transforma-me, por vezes, simples presa.

Mas quero teu amor, vale as viagens,
Passando por enganos, mil miragens...

COMO É BOM PODER SONHAR

Florindo, no teu corpo, tal jardim
De flores ideais, tão aromáticas.
Sementes deste amor, as guardo em mim,
São todas por si mesmas, emblemáticas;

As mãos tão imortais das fantasias,
Nos sonhos resplandecem de verdade.
E dão um tal sentido às alegrias
Nos inundando enfim, felicidade...

Espaços que circundam o infinito
Dos braços da mulher que tanto almejo.
Vivendo a perfeição deste meu rito,
Sabendo quanto enfim eu te desejo.

Amada, como é bom poder sonhar,
Em tua plenitude, naufragar...

NOSSO AMOR

Amor; não quero o medo que te assusta,
Nem quero o gosto amargo que vivemos.
As contas com a dor, meu peito ajusta,
Manhãs inesquecíveis já rompemos...

Agora nossa aurora está nublada,
Mas ventos de promessas já chegaram.
A noite que dormimos, minha amada,
Aos poucos, os silêncios se falaram...

No toque que senti de tua pele,
Amando sob as tramas dos lençóis.
Aquela que dizia que repele,
Se encontra mais pertinho, velhos nós...

Quem sabe a solidão tão prometida,
Permita nosso amor, minha querida..

ESCRAVO DA PAIXÃO

Cochilo,sem querer do coração,
Deixando sua porta entreaberta.
As garras tão felinas da paixão,
Aproveitaram área tão deserta...

Ao ver que já não tinha mais saída,
Deixei meu coração mais indefeso;
Minha alma, simplesmente distraída,
Entrou no mesmo barco tão coeso...

Jazendo neste canto, fico mudo;
Aguardo as novidades mais calado.
Lutei assim demais, lutei com tudo,
Agora pelo amor aprisionado...

Cativo, de tal forma, na verdade,
Não sonho nem sequer com liberdade!

MEU BEM...

Quando, enfim, natureza tão pujante,
Resolveu conceber uma alegria;
No momento mais belo, deslumbrante;
Deu vazão à completa fantasia.

Quando, enfim, nos seus sonhos mais profanos,
Eros, enamorando-se da vida.
Ao sentir em minha vida, os desenganos,
Refaz a minha estrada vã, perdida...

Quando todo esse universo em reboliço,
Fulgurando em milhares de desejos;
Tramando tal beleza, luz e viço;
Trazendo divinais, loucos cortejos;

Ao ver o meu caminho, sem ninguém,
Trouxe-me a maravilha em ti, meu bem...

MEU GRANDE AMOR...

Quantas vezes chorei por ter perdido
Um sonho que pensara ser perfeito.
Pensava ter futuro decidido,
Em pouco, tudo em vão, findo, desfeito...

Quantas vezes as mágoas foram tantas,
Que nada me bastava, nada, nada...
Deserto, meu jardim, perdia plantas,
Na ausência da mulher por mim amada.

Quantas vezes, jogado em algum canto,
Meu canto quase mudo, não falava...
Tomado pela dor e pelo espanto,
A vida, pouco a pouco se acabava...

Agora, que te encontro, meu amor;
Conheço o bem da vida, salvador...

TE AMO...

Que fosse por um dia, minha amada!
Somente em poucas horas, se pudesse...
Não peço em minha vida, quase nada.
Cantando em oração, fazendo prece.

Te juro, me esconjuras, mas te quero,
Te curo, não me aturas, mas te peço.
Te imploro, não me curas, mas te espero.
Te venero, me negas, nem despeço...

Apenas quero o colo que prometes,
Apenas quero um dia prá te ter.
Apenas aos desejos que remetes,
A noite nos teus braços, meu prazer...

Te quero minha amada, pela vida;
Sem dia de chegar a despedida...

X

Fugindo duma noite tão sombria,
Deitado no teu corpo, salvador.
Lá fora, uma cortante ventania,
Aqui dentro sentindo o teu calor...

Quando os anjos aos quais tanto pedi
Remansos e descansos mais que acalentem,
Respostas encontrei estando aqui,
Nos seios e nos braços que me esquentem...

Amada, no teu colo, meu caminho.
Num turbilhão de sonhos e desejos.
Não quero sensação de torvelinho,
Eu quero mergulhar em tantos beijos...

Delírios que, implacáveis, não descansam.
Prazeres que meus olhos sempre alcançam...

AMANDO SEM TER MEDO

Quando tu dormes minha bela amada,
No fundo dos meus sonhos, te emolduro.
Fazendo em minha alcova, t’a morada,
Amor que em tanto tempo, vai maduro...

Não sinto mais ciúmes, mas eu te amo.
Não sinto mais os medos, mas te quero.
Não vejo tempestades, nem reclamo,
Amor que em tanto amor, com tanto esmero.

Na calma deste mar, sem as procelas,
Navego meu saveiro, em calmaria.
Aberto todo o peito, e tantas velas,
Deslizo pelo mar da fantasia...

Não temo mais sequer u’a viração.
Amando sem ter medo da paixão!

O MEU ENORME AMOR POR TI

Amo o tempo que passa e nunca volta,
Amo os olhos tão belos da morena.
Amo amor que por vezes me revolta,
Mas sempre, novamente vem e acena...

Amo a beleza argêntea desta lua,
Refletindo teus olhos neste mar.
O meu canto de paz se continua
Mal sabendo em meu verso te encontrar.

Sonho de vida doura meu futuro
E pousa nos teus braços, borboleta.
O manto em solidão que foi escuro,
Não deixa que mais erros eu cometa.

Eu quero seu amor, rosa amarela,
Que a noite, em maravilha, me revela...

X

Num êxtase divino te persigo,
Recendes tantas rosas, teus perfumes.
Por vezes encantado, não consigo;
Esqueço nossas crises de ciúmes.

São versos que abandono, sem sentido.
São ruas sem saída, quase nada...
Vivendo desse amor que não duvido,
Sabendo que te tenho, minha amada;

Mesmo assim me embaraço neste amor,
Que sei ser muito mais que merecia.
Jorrando em nossa vida, com fervor,
A febre de te amar, já me vicia.

Eu quero mergulhar neste oceano,
Do amor que sempre nega o desengano..

X

Por mais que seja rude a natureza
E trame, com destino, tantas dores.
As formas delicadas da beleza,
Por muitas vezes negam os amores...

O fio que nos traz felicidade,
Que prende à vil matéria sempre corta.
Deixando tão somente uma saudade,
Atada a esperança semi morta.

Nas horas mais sinistras desta vida,
Amiga, com certeza estás aqui.
Não pense que, de amor, foste esquecida;
Enquanto tanto amor já me perdi...

Sabendo que da sorte, vou logrado;
Amiga, como é bom te ter ao lado...

MEU DESTINO É AMAR...

Guardado em tristes claustros, meu amor;
Em busca dos caminhos da verdade.
Tempera com saudades e pavor
A frieza da amarga austeridade.

Pretendo que sementes refloresçam
Nos jardins esquecidos do meu peito.
E novas aventuras aconteçam,
Amar é meu destino e meu direito.

Minha alma tumular já quer as asas,
Voando para os braços que sonhei.
Nas noites mais sonhadas, tantas brasas,
Guardadas desde os tempos que te amei...

Espero tua volta, em meu jardim;
Perfumes desta rosa, dentro em mim...

X

Eu sempre te amarei

Eu sempre adorarei o belo mar,
Distante de meus olhos, mar sagrado...
Nos ventos que me levam, sem parar;
Destino marinheiro; ventos, fado...

Eu sempre te amarei, concreto amor.
De tantas tempestades e bonanças.
Naufrágios, calmarias, de terror
Vertendo nos abismos, esperanças...

Nos braços formidáveis e discretos,
Concertos e sereias, vou inteiro.
Meus sonhos, albatrozes prediletos,
Mergulho totalmente, timoneiro...

O mar se misturando na amplidão,
Embarco os olhos, braços, coração!

Louco de Paixão!

Dançando sobre os sonhos, indolente;
Nessa semi nudez que me domina.
Segredos de donzela e de serpente;
Aos poucos, docemente, me alucina...

As ondas que tu mostras, nesta dança;
Forjando nos meus olhos, um delírio.
A noite nos teus braços, sempre avança;
Mistura de desejos e martírio...

Dançando nosso amor, sem perceber;
Hipnotizado fico e não reclamo...
A cada novo dia, perceber,
Que sempre e tanto mais. Ah! Como eu te amo!

Nas mesclas de ternura e tentação,
Aprisionado e louco de paixão!