sexta-feira, dezembro 21, 2007

SONETOS 043

Na dança do pavor e da tristeza
Por vezes me embrenhando sem ninguém.
A morte se deslinda na certeza
De que pra ser feliz quero o teu bem.

Bem sabes que te quero, eu bem te vi,
Bem sabes como é bom ser teu amigo.
Bem quero todo o bem que já perdi,
Sem bem como será o meu abrigo?

Na dança da alegria e da beleza,
Na noite essa promessa do meu bem
Trazendo pro meu peito uma leveza
De quem já sabe bem que amor já vem...

Na noite do meu bem tanta alegria!
A noite que virá, trazendo o dia...

X

No tinto vinho (amor) que me embriaga
O gosto tão sutil dos lábios teus.
Curando esta ferida e qualquer chaga
Causada, no passado, pelo adeus.

Amor dentro do peito me queimando
Com força tão imensa, astronômica.
Trazendo uma delícia devorando
Nesta explosão divina, quase atômica...

Perco-me nessas brumas do caminho,
Teu corpo decorado em minha mente.
Bebendo cada gota deste vinho,
Embriagado, louco, totalmente...

Meu coração deixou de ser deserto
Na força deste vento foi aberto!

X

Não acredito mais em vãs palavras
Jogadas sem qualquer uma emoção,
Assim como precisa-se, nas lavras,
Amor em absoluta profusão

Pra que se possa ter uma colheita
Perfeita sem ter perda ou prejuízo,
A vida, minha amada, não aceita
Paixão sem que se perca algum juízo.

Tuas palavras soltas não me tocam,
São simples ressonâncias do prazer.
Amores se em amores não se enfocam
Abortam-se e não chegam a nascer...

Mas saiba que te quero tanto, tanto,
Por isso sou sincero no meu canto...

X

O gume do punhal vem penetrando
O peito que se entrega sem temor.
A vida, num segundo, vai passando
E deixo-me levar no mar de amor...

Bem sabes como quero ser a praia
Que banhas com as ondas, os teus braços.
A noite enluarada se desmaia
E dorme no meu corpo seus cansaços...

Frementes tempestades de prazer
Rolam-nos como enchentes e tufões.
Nas labaredas quero me prender,
Vivendo estas intensas emoções...

Amada em ti mergulho e quero inteira
Qual queda, sem controle, de barreira...

X

Meu coração vagando maltrapilho
Na busca de teus beijos sedutores,
Recebe de teus olhos tanto brilho
Acendem na minha alma, refletores.

Menina que encontrei em salvação
Depois
de tantos passos combalidos.
Eu quero ter certeza da paixão
Nos nossos corpos juntos, decididos.

Eu quero a morenice mais brejeira
Da doce maravilha que encontrei,
Tua malícia mansa quero inteira,
Nesta delícia insana que terei.

Eu quero a meninice que me trazes
Trazendo em primavera a lua em fases...

X

Tu julgas que não sei do sentimento
Que trazes no teu peito, minha amada.
O gosto da saudade corta o vento
E traz uma serena madrugada...

Eu sei bem que não posso magoar
A quem amo demais e nunca deixo;
Porém esta saudade tem lugar
Guardada no teu peito. Não me queixo...

Eu sei o quanto amaste pela vida
Embora teus disfarces mais perfeitos.
Às vezes te percebo distraída
Lembrando d’outros sonhos já desfeitos...

Te quero mesmo assim; não tenho pressa,
Mas venha, por amor, aqui; depressa!

X

Perdido nestes olhos teus, castanhos,
Vencido pelo vento do prazer.
Os sonhos que dedico são tamanhos
Trazidos com desejo e bem querer...

Eu quero cada toque mais sublime
No corpo que endeusei desde o começo.
Que amor e dor jamais o verso rime
Que este caminho siga sem tropeço.

Minha alma se cegara há tanto tempo
Agora que te vejo, renasceu.
Não deixe que se perca em contratempo
O
mundo que tu sabes será teu.

Nos olhos teus, castanho-amendoados,
Meus olhos se perderam inundados...

X

Nesta tarde coberta de saudade,
As nuvens que trouxeram este amor.
As chuvas impedindo a claridade...
Mas sinto que brotou a nova flor...

Que fora quase sempre desprezada,
Jogada neste canto sem perfume.
Agora que te vejo, delicada,
Percebo como amor trama seu lume...

A flor que não reguei, tão sem cuidado,
Agora me ilumina todo o dia.
Aquela que pensei ter tanto amado
Já se foi, tão somente a fantasia...

Eu quero teu amor, flor em botão,
Perfuma docemente o coração!

X

Não quero esta tortura em nosso amor;
Não vejo por que tramas tais segredos.
A noite sem te ter perde o calor,
Renascem no meu peito ledos medos...

Eu sei que necessitas deste jogo
Quer traz tanto ciúme para mim.
Não faça nosso amor morrer no fogo
Que queima destruindo tudo, assim....

Bem sabes como é belo o nosso caso,
Sem medo de doer nem de sangrar,
Não deixe que ressurja por acaso
A morte que teimava em nos rondar...

Eu quero teu amor tão delicado,
Destino preferido, sina e fado!

X

Meu coração procura liberdade
Nos braços tão incertos deste amor.
Vivendo sem temer a claridade
Me entrego, estou inteiro ao teu dispor.

Meu coração procura por um cais
Que seja a mansidão, finda a tormenta.
Eu sinto que te quero sempre mais,
Numa explosão divina e violenta.

Morena como é bom poder amar,
Morena como é bom te ter aqui.
Das ondas tão gigantes deste mar,
No mar de tanto amar já me perdi.

Meu coração procura essa morena,
Que longe, mas tão perto, já me acena...

X

Meu canto que te trago, num segundo,
Meus versos em que peço teu amor,
Refletem todo amor maior do mundo,
Esperam teu sorriso salvador...

Eu quero a morenice tão brejeira
Da moça mais bonita que conheço,
Paixão que me alucina, verdadeira
Procura no meu peito, o endereço...

Somadas as saudades que carrego
Do tempo em que, infeliz, não te sabia.
São mundos, oceanos que navego
Até poder sorrir, feliz, um dia...

Não vejo mais a vida como via,
Agora me explodindo de alegria!

X

Eu sinto essa presença solitária
De quem amou demais e se perdeu.
A lua se mostrando solidária
Por trás da negra nuvem se escondeu.

Eu sinto tanto afã de ser feliz
Nos olhos tão tristonhos da mulher.
Que a noite em despedida já não quis
E não sabe que o dia tanto quer...

Amiga, me perdoe se não digo
Do amor que tanto trago no meu peito.
Quem dera se pudesse, além de amigo
Viver no teu amor, tão satisfeito...

Por certo não serias tão sozinha,
Precisa companhia, uma andorinha...

X

Não vejo mais saída, nada além...
A porta se bateu tão simplesmente.
Um gosto tão sanguíneo sempre vem
A dor não mais deixou a minha mente...

Ausência de esperanças, nada mais...
O frágil sentimento se desfez
Na boca de quem disse ser demais
O tempo que vivemos, perde a vez.

Restando uma saudade tão imensa
Que, imerso no delírio, nada tenho.
Somente essa amizade, recompensa
De todo esse passado de onde venho...

Amiga, por favor, me dê teu colo;
No mar desta tristeza perco o solo...

X

Ao ver tua beleza, amada Lara,
Sentindo que esta noite será nossa
Trazendo á realidade o que sonhara,
Minha alma na tua alma já se apossa...

Eu quero ser tão doce, se possível,
Desculpe as cicatrizes que carrego.
Amar é se sentir quase invencível
E perceber um porto onde me apego.

Nas telas que pintei numa ilusão
Tua presença, Lara, uma constância
Por isso a maviosa sensação;
De tanto que te amei, mesmo à distância.

Ao ver tua beleza em minha cama,
Gritar ao mundo inteiro: Ah! Ela me ama!

X

Nas longas e revoltas cabeleiras
De quem tanto amo e sempre te amarei,
Perdendo todos rumos, todas eiras,
Sem beiras que me prendam, me encontrei...

Encanto deste olhar que acaricia,
O gesto triunfante do desejo,
Vivendo o nosso amor, na fantasia,
Em mil delícias, sonhos; já te vejo...

Crisântemos e rosas de mil cores
Trazendo tal beleza que me encanta,
Na sutileza breve dos amores,
Minha alma seduzida sempre canta…

Tuas carícias plenas, tão mimosas;
Perfume de milhões de raras rosas.

X

Mensageiros do amor batem na porta,
Fui abrir. Constipado agora estou,
Amor passou no peito, foi pra aorta,
Agora em todo o corpo se espalhou...

Quê que faço meu Deus com tanto amor?
Não sei se neste caso há solução,
Todo ar foi me tomando e sem ter dor
Aos poucos encharcou meu coração...

Amor que me domina e não descansa,
Às vezes me alucina e me transtorna.
Aos trancos, sem juízo, sempre avança
Em cada batimento, amor retorna

E faz de novo a mesma caminhada,
O que farei da vida, minha amada?

X

A cabeça no meu colo ela repousa
Cabelos tão macios, perfumados...
A mão tão delicada vai e pousa
Desejos e prazer extasiados...

Eu quero esse silêncio que revela
Amor em tal potência que não grita,
Apenas nos mostrando mar e vela,
O rumo para a vida mais bonita...

Eu quero no teu porto, manso cais,
Deitar o meu veleiro, sem ter medo...
Amar é sempre, sempre querer mais,
Deixando que este cais finde o degredo...

Eu quero ter vontade de morrer
De amar demais, de tanto ter prazer!

X

Sentindo teu carinho nessa noite
Percebo como é bom ter teu afeto.
Eu quero ter contigo num pernoite
O gosto delicado e predileto

De ser o teu eterno namorado,
Com beijos e carinhos sem ter fim...
Eu quero teu prazer, extasiado,
Prazer que dá prazer maior pra mim...

Eu quero em teu sorriso, mansidão,
Eu quero em tua boca, gozo e festa,
Eu quero me inundando de paixão,
Viver este meu tempo que me resta...

E ter esta certeza tão bonita
Que toda a nossa vida é mais bendita...

X

Espero-te morena há quanto tempo!
Não tema mais as dores que vierem...
Na vida, tantas vezes, contratempo
Supero se também tu o quiseres.

Eu quero teu presente em cada toque,
Sem medo de inundar-te de prazer.
Por isso, meu amor, não me provoque
Eu quero nos teus braços me perder...

Na cama, tanta chama sempre chama
E faz em nosso amor revolução.
A vida se permite em cada trama
O renovar-se intenso de paixão!

Espero-te morena, venha logo,
Em teus braços, sedento, já me jogo..

X

Quando as horas se passam sem você;
Beijado pelo vento sensual,
Procuro por seus lábios, mas cadê?
Apenas sensação... Nada, afinal...

Mas sei que tenho amor para lhe dar,
Amor que não me cabe mais no peito.
Vontade de sair e de gritar
Amar também será um meu direito?

Não vejo mais os olhos que sonhei,
Não sinto mais os lábios que buscara,
Quem dera nesse amor a simples lei
Que faz com que esta luz seja tão cara...

Na volta, seus carinhos me saciam...
Invernos nos meus olhos já se estiam!

X

Amigo deste amor que não me quer,
Sabendo que cantei por tanto tempo
O rosto tão bonito da mulher
Vencido por imenso contratempo...

Bem sei quanto negar não adianta,
Amor que se incrustou dentro do peito;
A voz desta saudade se levanta
E traz um sentimento insatisfeito.

Amigo deste amor, eu não desisto...
Lutando contra as dores sem ter tréguas.
Eu sei que deste amor eu não desisto,
Embora tão distante, tantas léguas...

Beijando a fantasia, peço ao vento,
Que beije tua boca, em pensamento...

X

Um grande sonetista do recanto
Ao qual tenho sincera admiração,
Embevecendo a todos com seu canto
Com força, com carinho e emoção.

Amigo não me esqueço dos teus versos
Que um dia tu fizeste para mim.
Nos sentimentos belos, mais diversos,
Uma amizade sempre é boa, enfim...

Cirilo, meu amigo sou tão grato
Às doces homenagens que prestaste,
Bem sei quanto és amigo meu, de fato,
Aos ventos não sucumbe uma tal haste.

Delícia de viver com alegria
Se encontra em tua bela poesia!


Para o Grande Sonetista e amigo
Cirilo

X

A noite vem pousando seus carinhos,
Pendida no meu peito a bela flor...
Bem sei como escondeste teus espinhos,
Tua defesa simples, meu amor...

Eu ouço a noite em sinos a tocar
Mostrando como é bom te ter aqui,
Não quero mais dormir; prá que sonhar;
Se tudo o que desejo eu consegui?

Eu já nem sei quem sou, mas não me importo,
Nas bênçãos do luar eu te encontrei.
Aos dias mais difíceis não reporto;
Tua beleza plena emoldurei.

E sinto-me decerto apaixonado,
Por essa flor tão bela, do cerrado...

X

Querido mestre como é bom saber
Que posso desfrutar da companhia
De quem sempre podemos aprender
A ser melhor nesta arte: a poesia.

Ensinas com carinho quem procura
E tens toda a firmeza de quem sabe,
É luz que nos clareia em noite escura,
Ajuda a não deixar que o brilho acabe.

Eu rendo-te sinceras homenagens
Nos versos tortos, simples, meu desejo:
Seres meu guia sempre nas viagens
Pelos caminhos belos que antevejo.

Eu fico bem feliz só por sabê-lo
Amigo e professor Paulo Camelo.

X

Dedico este meu canto à grande amiga
Exemplo de coragem, lucidez.
Por vezes quando a vida se periga
Teu canto me ilumina: sensatez!

És carinhosa sempre, nunca nego,
Afagos, elogios, alegria!
Não sabes mas nas cores que carrego
Meu canto com ternura e fantasia

A Lua tão suprema sempre brilha
Esta certeza imensa e de amor plena
De ter nesse recanto a maravilha
Do canto que me encanta, amiga Helena.

Desculpe se não tenho a claridade
Que tens, mas me ilumina esta amizade!

Para HLuna, grande poetisa e amiga.

X

Amigo e companheiro, esses meus versos
São feitos para ti, bom sonetista.
Tu sabes traduzir teus universos
Com mão e com fineza de um artista.

Abraços lusos sempre te darei
E sorte em tua vida, o que desejo.
Confesso tantas vezes me espelhei
Na qualidade imensa que, em ti, vejo.

Receba deste simples trovador
Um canto em homenagem bem sincera.
Nos versos sei tu és um professor,
Falando em “brasileiro” tu és fera!

Desejo-te felizes, belos dias.
Repletos de alegria e poesias!

Ao grande amigo e poeta português
Henricabílio.

X


Não quero mais o claustro em que vivia
Bem antes de saber tua existência.
Tu sabes que trouxeste uma alegria
Meu riso não é mera coincidência...

Não quero esta prisão tão solitária
Que sempre povoou os sonhos meus.
Nem quero mais na vida, como um pária,
Ouvir esta palavra: tchau, adeus...

Morena que me trouxe de outras eras
O gosto de viver sem ter senões.
Vencendo meu temor por primaveras
Estamos desfrutando esses verões...

Não quero mais o claustro em que vivi,
A chave de esperança, encontro em ti...

X

Eu sou o que na vida te procuro
Em cada verso meu, uma saudade.
Vontade de viver amor tão puro
Intenso sem temor ou vaidade...

No teu corpo, ondulantes meus carinhos,
Amor sempre me impele para a vida.
Não quero mais meus olhos pobrezinhos
Sem ter tua presença tão querida...

Trazes-me um roseiral, plena florada,
Nos teus sorrisos mansos gloriosos,
Eu quero te encontrar, flor delicada,
De todos os meus sonhos, perfumosos...

Eu sou o que no mundo sempre quis
Viver o nosso amor e ser feliz!

X

Para os teus beijos sempre estou disposto
Vontade de te ter a cada dia,
De ver tanta beleza no teu rosto,
Mistura de delícia e fantasia...

O silêncio da noite me acalanta
E faz-me ser feliz, nem sei por que...
Minha alma, embevecida, que se encanta
Numa felicidade sabe e crê.

No cálice de vinho que brindamos
À Deus por ter nos dado tanto amor,
Os nossos corações juntos pulsamos
E vamos companheiros sem temor.

Amada, tão divina, maviosa,
Eu quero o teu perfume, minha rosa...

X

Quanta alegria uma amizade traz!
No canto mais sincero e verdadeiro
Primícias dum futuro mais em paz,
Quem dera percorresse o mundo inteiro!

Iguala o sol em força e claridade,
É flor e mel da vida, com certeza.
Sobre os lauréis, vitórias, a amizade
Traduz, no seu aplauso, uma grandeza...

Na dor e na injustiça que sofremos,
Na amarga solidão e no abandono.
Nas tristes ilusões em que perdemos
Os sonhos, alegria, o nosso sono.

Em busca deste sonho de verdade
Encontro um sentimento de amizade!

X

Ando perdido em busca de carinho
E tecerei meus dias nos teus dias
Que trazem tantas luzes ao meu ninho
E tramam nessa vida as alegrias...

Não sei mais me encontrar se não te sinto
Minha alma andando às cegas sem te ter.
Nas cores deste amor sempre me pinto
E assim felicidade posso ver.

Ando perdido em busca do desejo
Do beijo mais sutil e generoso.
Em cada novo tempo eu antevejo
Esta certeza imensa deste gozo.

Amada, se me perco, me encontrei
Nos braços deste amor a quem me dei...

X

Pedaços de sorriso distraídos
Tocando nos meus lábios com ternura.
De todos os meus sonhos revividos
Amar-te sempre faz a alma mais pura.

As minhas ledas crenças se perderam
No mar deste sorriso encantador,
As dores sem destino se esqueceram
Deixaram-se tragar num mar de amor...

Eu grito então ao ver tal sedução
Num infinito anseio por prazer.
Eu creio nesta imensa sensação
Da luz que tanto brilha e faz viver.

Eu digo sempre: quero o teu carinho,
Não deixe que meu canto vá sozinho!

X

Por essa vida afora hei de te amar,
Sem medo de seguir felicidade.
Querendo te querer em cada olhar,
Buscando teu caminho na cidade...

Hei de seguir teus rastros e pegadas,
Hei de sentir teu cheiro em cada sonho.
As noites sem te ter, tão orvalhadas,
O gosto de te amar, bem mais risonho...

Tu pensas que não sei desse desejo,
Tu pensas que penhascos nos separam.
Mas saiba que deveras sempre vejo
Meus sonhos que em teu mundo se encontraram.

Em todo azul do mar sinto esta força
Nesta explosão de amor, menina moça...

X

Quero um beijo de amor apaixonado
Da doce caiçara que encontrei.
Vivendo tanto tempo desolado
Nas praias, neste porto, naufraguei...

Eu quero o teu desejo tão imenso,
Imerso no oceano deslumbrante
Com tal amor maior me recompenso
E quero te sentir nua e vibrante...

Amor assim como este amor que tenho
Num beijo que te dou em cada verso.
Do mundo tão tristonho de onde venho
Encontro este delírio tão diverso.

Não deixo de te amar sequer um dia,
Cantando nosso amor na poesia...

X

Os teus olhos de luz são dois luzeiros
Que fazem dessa vida, iluminada...
Meus desejos reais e verdadeiros
Seguindo estes faróis na dura estrada...

Hei de tecer mil sonhos de esperança
Pensando em ter teu corpo junto ao meu.
A vida se reflete na aliança
Da luminosidade com o breu.

Sou triste, quase um bicho sem defesas,
Trazendo tanta angústia do passado,
Teus olhos encharcando de belezas
Prometem bom futuro, calmo fado.

Reflexos tão divinos de universos
Cantados nestes pobres, simples versos...

X

O sol a prumo mostra esta nudez
Tão divinal deitada do meu lado.
Depois de tanto encanto sinto a vez
De ser feliz vivendo apaixonado...

No brilho de teus olhos posso ver
Meus olhos refletidos no oceano...
Espelho de minha alma a renascer
O gosto de viver sem desengano...

Neste azulejo raro de teus olhos,
Ladrinhos deste amor onde entreguei
As flores dos jardins, milhares, molhos,
Que fazem deste amor ser una lei...

Vibremos com matizes verdadeiros
Que trazem nossas flores nos canteiros...

X

Amor um sentimento tão errante
Que busca a claridade na tormenta
Teus braços me carregam, navegante,
A vida se transforma violenta...

Em plena tempestade, uma bonança.
Em meio a tais procelas, calmaria.
Amar é mergulhar numa esperança
De ter o teu desejo em mim, um dia...

Nas ondas deste amor, o meu naufrágio,
Nas ondas deste mar o meu prazer,
Eu sinto que me exponho e que sou frágil,
Mais ágil este amor me faz viver...

A toda dor o nosso amor resiste
Impede a sensação de ser tão triste...

X

Eu quero me entregar nestes teus braços
Serenos e possantes. Faz-me rei!
Tomando meu amor em mil pedaços
São tantos os carinhos que te dei...

Eu quero me entregar aos teus abraços;
Teus seios, manso colo; mergulhei...
Depois de tantas lutas e cansaços
Viver o nosso amor é minha lei...

Desculpe se me perco nos teus lábios.
Amores quando intensos, sempre sábios...
Eu quero te encontrar no claro dia,

Qual lua que se esbalda sobre o mar.
Permita que te cante essa alegria,
Nos versos em que peço pra te amar!

X

Por essa vida fora procurei
Os versos mais bonitos pra te dar.
Em toda melodia que cantei
Uma vontade louca de te amar...

Num infinito anseio de te ter
Mergulho no oceano e perco o cais,
Sabendo que não posso mais viver
Distante deste amor que é bom demais...

Avisto nos teus olhos uma esperança
De ser o que bem quis numa ilusão,
Meu mundo tão distante não se alcança
Somente com o vento da paixão.

Que toma o pensamento e não me trai,
A noite nos teus braços já se vai...