domingo, janeiro 24, 2010

23374

Dantescas emoções, barcos sem rumo
Expressam o vazio que me deste,
E o quanto sem ninguém já não me aprumo,
Distante do caminho em que vieste.

O corte se aprofunda e logo assumo
Rasgando cada parte desta veste,
A pele- que em verdade é um resumo
Da pútrida carcaça que reveste

Um fétido e banal pária sem nexo,
Por mais que se pareça mais complexo
Ao fundo esta paisagem nada diz,

Apontam-se no céu nuvens escuras,
E quando pelas sombras tu procuras
Não vês numa sarjeta este infeliz...