terça-feira, janeiro 26, 2010

23585

Nesta sorte intragável, eu me arrisco,
Cadáver em total putrefação
Buscando tão somente algum perdão,
O gozo que tivera; eu já confisco.

O mundo se tornando mais arisco,
No fundo o que me resta, a negação
Depois de tanto tempo sempre em vão
A morte se apresenta qual petisco.

Das sombras que me deram como herança
Amortalhada luz de uma esperança
Vulgarizada e estúpida quimera.

Não posso me calar frente à verdade
E mesmo que a palavra desagrade,
Eu vejo nos teus olhos, fria fera...