quarta-feira, janeiro 27, 2010

23672

Imagem quase informe do que fui,
Passado se mostrando em fria cena,
Enquanto a realidade ainda apena
O bêbedo desnudo ainda flui
Rondando esta esperança que ora rui,
Não quero nem vestígios de uma pena,
A boca que beijara me envenena
E o podre a cada dia mais influi.
E vá-te procurar noutra vereda
Aquele que deveras te conceda
Um gozo mais atroz, velha profana.
Se eu sou este cadáver insepulto,
Não quero nem a sombra do teu vulto,
Canalha que deveras desengana...