quarta-feira, janeiro 27, 2010

23695

Cantasse alguma música e talvez
Pudesse crer na tal eternidade,
Mas tendo a fantasia que degrade
Não teimo e perco logo a minha vez.
O quanto em alegrias se desfez
Caminho que pensara em claridade
Agora mais distante a liberdade
No fundo o me resta: insensatez;
O berço em que nasci, apodrecido,
O dia muitas vezes esquecido
O gozo insuperável do não ter.
E quanto mais procuro algum caminho
Somente vislumbrando fogo e espinho,
Vontade de fugir ou de morrer...