domingo, janeiro 31, 2010

23928

Se queres inda ou não, que faço senão ir
Buscando a minha própria amarga desventura
Nas mãos de quem outrora eu percebera a cura
Somente este vazio estampando o porvir.

Mesquinho descaminho aonde prosseguir
Se enfim a tal desdita em lágrimas perdura,
A noite que me traz uma alma em treva, escura
Deveras já me impele; então devo partir...

Não deixo nem a sombra ou rastro que inda possa
Falar de uma alegria, antigamente nossa
E agora se mostrando em pálida expressão.

Do solo que julgara um fértil, doce abrigo
Encontro esta aridez, deveras não consigo
Sequer saber dos cais que os barcos não terão.