quarta-feira, fevereiro 03, 2010

24089

As horas que, mundanas me desdenhas
Descreves o abandono como fosse
Um mote que deveras agridoce
Traduz das ilusões, enigmas, senhas.

Embora sei o quanto te convenhas
Fazer do desencanto em que se trouxe
Além do que este amor em ti; findou-se
Também toda a verdade que inda empenhas.

Palavras nada valem, vento leva,
E enquanto o sol se esconde e vejo a treva
Atrevo-me a pensar noutro momento,

Mas sei que tu não vens e nem virás
Aonde se buscara ao menos paz
Sem ter sequer o amor, me desalento...