quinta-feira, fevereiro 04, 2010

24162

Seguindo cada passo até o inferno
Mergulho neste imenso fogaréu,
Descrente deste ausente e turvo Céu
Nos antros mais imundos, eu me interno,
Bem sei que jamais fui, serei eterno,
E nisto reconheço o meu papel,
O canto procelário é mais cruel,
Mas como poderia ser tão terno

Se eu vejo esta desdita que se espalha,
Na multidão estúpida e canalha
Reproduzindo a insânia dos primórdios,
Sem ter sequer talvez que inda aborde-os
Percorrem este mundo feito em gozo,
Depois num fogo espúrio ou invernoso...