quarta-feira, fevereiro 10, 2010

24504

Embora o calendário sempre mude,
Não vejo mais verão, somente inverno
No gélido porão quando me interno
Não peço e nem procure quem ajude.
A vida não represa-se em açude
Tampouco nela aquieto-me ou hiberno
E sendo sem sentido ou mesmo eterno
O pouco assim se mostra ou amiúde
Não tendo outro caminho, sigo só
Não quero mais escusas, mato a dó
E beijo a ventania sem pudores,
Por isso não reclame deste frio
Se nele a própria vida desafio,
Não me importa sequer se agora fores.