sábado, fevereiro 13, 2010

24705

Não posso nem ouvir que não resisto
À sombra do passado que nos toma
E quando se percebe a dura soma
Encontro o meu retrato e até desisto,
O sonho de viver em gozo misto
Prazer e dor entornam neste coma
Entorpecida luta que não doma,
Por ela tão somente ainda existo.
E sei que martiriza quem delira
Poeta desprezando o sonho e a lira
Não pode ser feliz, apenas traça
A cada novo verso o seu final,
O amor que ora nos guia, triunfal
Enquanto a vida eclode em vã desgraça.