terça-feira, fevereiro 16, 2010

24861

Só mostra o quanto em dor a vida neva
A frase emoldurada na janela
Ao mesmo tempo diz do medo e vela
Deslinda num instante aborto e ceva,

Vagasse por momentos mais felizes
Talvez ainda visse a claridade,
Mas tendo a realidade que degrade
Diversa da esperança; já desdizes

As lendas de um amor insano e raro,
O peso do viver agora enverga
E a dor do nunca ser, minha alma alberga
E o fim desta existência em vão; declaro

Usando o que me resta, a poesia,
Que este decrépito canalha guia.