segunda-feira, fevereiro 15, 2010

24853

E faço com o nada um novo trato.
Trazendo este silêncio que me acalma,
Por mais que a realidade adentrando a alma
Prepara para a dor sobejo prato,

Se tanto me entregando já destrato
O bem que sendo imenso; nega o trauma
Perfilo em descaminhos medo e calma
E a eles com denodo, eu sigo grato.

Empedernidos dias horas vãs
Ascendo aos desencontras das manhãs
Anoitecendo em mim a primavera,

Esvaecendo o que se fez peçonha,
Poeta quando canta ou sofre, sonha
Do morto e do fantástico se gera.