segunda-feira, fevereiro 15, 2010

24848

No câncer que eu cultivo eu me esfumaço
E fumo sem pensar em morte e dor
Sem dó do que talvez vá recompor
Na vida à qual me entrego a cada passo,
E nada do passado trama o braço
Aonde se pusesse redentor
Caminho que destrói jardim e flor,
O amor que tanto quis agora escasso.
Escondo-me nas teias da fumaça
E vago pelo medo que ora passa
Trafego entre as estrelas, turva teia,
E quando novo trago; aspiro vejo
O beijo alucinado de um desejo
Que tanto quanto o medo me incendeia.