segunda-feira, fevereiro 15, 2010

24849

Coleto o que me deste, teu destrato
Feroz e meteórico caminho,
Vencendo o sofrimento já me aninho
No corpo que insensato inda maltrato,
O nó que tanto quis e ora desato
Numa era tão distante fora ninho,
Agora avinagrado e tênue vinho
Expondo falsamente o meu retrato,
Amargas soluções nesta acidez
Da qual cada esperança se desfez
Deixando para trás uma agridoce
Estrada onde talvez não possa ver
Senão o que me deste em desprazer
Como se um sonho bom ainda fosse.